O ex-prefeito de Amarante, Diego Teixeira, e o atual gestor do município, Professor Adriano Silva (Republicanos), viraram réus em uma ação penal do Ministério Público do Estado do Piauí. Ambos são acusados de integrar uma organização criminosa que teria desviado cerca de R$ 9,8 milhões dos cofres públicos através de contratos simulados de fornecimento de combustíveis.

Diogo Teixeira – Imagem: Facebook

A denúncia, feita pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), foi ajuizada em novembro de 2020. Segundo os promotores, os desvios ocorreram em 2017, quando Adriano era secretário de Finanças do município. De acordo com a investigação, a Prefeitura de Amarante teria adquirido gasolina para veículos da Secretaria Municipal de Educação, que, à época, não possuía frota movida a esse tipo de combustível.

Entre os denunciados também estão o advogado e empresário Marcos André Lima Ramos — inicialmente sócio da Green Card e posteriormente procurador do Município —, além de outros envolvidos ligados à empresa Green Card e ao Posto Kennedy, ambos citados como peças-chave no esquema.

No processo, o Gaeco afirma que metade do dinheiro repassado pela prefeitura para compra de combustíveis foi desviado para contas de sócios e empresas sem relação com os contratos firmados.

Em audiência, o atual prefeito preferiu o silêncio. Já o ex-prefeito Diego Teixeira prestou depoimento de 15 minutos e alegou perseguição política, negando qualquer irregularidade. Ele também afirmou que havia, sim, veículos a gasolina na Secretaria de Educação, e que apresentou notas fiscais como prova.

Sobre a apreensão de blocos de notas em sua residência, Teixeira disse que se tratavam de autorizações pessoais de abastecimento, sem valor fiscal, e que os montantes eram pequenos.

“Essas denúncias são infundadas. O sistema de cartões foi implantado com transparência, e a Green Card prestava serviços a mais de 15 municípios”, declarou Diego.