23/05/2025

Cidades

MP aponta desvio de mais de R$ 1 milhão em contratos da Prefeitura de Barro Duro

Empresa usada em pagamentos irregulares funcionava em casa com galinheiro e sem funcionários; prefeito é investigado

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Publicado por: Eduardo Calado 17/04/2025, 10:03

O Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI) apura um esquema de improbidade administrativa que pode ter desviado mais de R$ 1 milhão dos cofres da Prefeitura de Barro Duro, comandada por Elói Pereira de Sousa (PSD), conhecido como “Coronel Elói”. O inquérito, conduzido pelo promotor Ari Martins Alves Filho, identificou graves irregularidades nos contratos firmados com as empresas Candido José F. Lira – EPP e Bless Distribuidora de Produtos de Higiene e Armarinho LTDA.

Prefeito Eloi Pereira – Imagem: Reprodução/Redes Sociais,

A investigação teve início após uma inspeção realizada pelo MPPI e pelo TCE-PI, que revelou contratações de empresas sem licitação, pagamentos vultosos sem registros oficiais e ausência total de transparência. A principal beneficiada, a empresa Candido José F. Lira – EPP, recebeu R$ 1.117.057,00 da prefeitura entre janeiro de 2021 e junho de 2022, para serviços como limpeza de poços e roço de estradas.

Os auditores encontraram um cenário insólito: a suposta sede da empresa era uma residência simples, com galinheiro e lavanderia. O dono do imóvel afirmou nunca ter assinado contrato de aluguel e disse que não havia qualquer funcionário atuando no local.

O caso ganhou contornos ainda mais graves após o presidente da Comissão Permanente de Licitação do município declarar que “nunca ouviu falar” da empresa. A documentação dos contratos não foi localizada nem nos portais de transparência nem no Diário Oficial. Ainda assim, o prefeito autorizou 74 pagamentos à empresa em 2022. As secretárias de Saúde e Assistência Social também aparecem como responsáveis por autorizar repasses.

Apesar do pedido de afastamento dos gestores ter sido negado pela Justiça, o MPPI conseguiu a quebra de sigilo bancário dos envolvidos, incluindo o empresário Cândido José F. Lira. O órgão afirma que houve violação ao artigo 10 da Lei nº 8.429/1992, que trata de atos de improbidade com prejuízo ao erário.

Todos os investigados foram notificados e têm 15 dias para apresentar defesa. A partir disso, o Ministério Público vai decidir se move ação judicial contra os envolvidos.

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