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Geral

Famílias do bairro Vila Irmã Dulce revelam insegurança alimentar

A fome ainda é uma realidade na região

Publicado por: Lilian Oliveira 03/08/2022, 18:08

Matéria de Rodrigo Carvalho

A fome não é só um problema do interior do Piauí. Em Teresina, capital do estado, muitas famílias não têm segurança alimentar. Na vila irmã Dulce, uma das comunidades pioneiras do programa fome zero, lançado em 2003 pelo governo federal, a fome ainda é uma realidade.

Francisca Moura, uma das líderes comunitárias da vila, lamenta o fim do programa fome zero. “A fome é uma realidade. Nós participamos do projeto piloto do programa Fome Zero e também do programa de moradia para população. Hoje, não temos um projeto de auto sustentabilidade para nossa comunidade”, disse. 

(foto: Imagem Ilustrativa/Adobe Stock)

Francisca ressalta que, com o fim do programa fome zero, foram extintos vários outros programas sociais que beneficiam a comunidade. “Tínhamos os quintais produtivos, criávamos galinhas e tínhamos hortas [..] Esse projeto acabou e faz muita falta, principalmente para os moradores que viviam da venda de galinha e tempero”, relatou

Conhecida em 2003 por ser considerada a segunda maior favela fruto de ocupação irregular de toda a américa latina, com 1.500 pessoas, na época, vivendo em condições de miséria, as condições da vila, em relação há 19 anos, melhoraram no quesito infraestrutura. 

Algumas casas de taipa foram substituídas por alvenaria, porém nem todas as famílias foram beneficiadas pelo programa. Dona Maria do Amparo da Silva mora no Parque Eliane, uma vila da comunidade, a casa onde ela vive ainda é barro e pau a pique. Além de relatar o sonho de viver em uma casa melhor, ela revela o que mais dói, a fome.

“A dor da fome é uma dor tão grande que dói na alma da gente. Não tem explicação. É muito sofrimento […] Meu maior sonho é ter uma moradia, para acordar e dormir segura”, lamentou. 

A fome também é uma realidade na casa de dona Luziana de Azevedo, moradora da região Grande Vila Irmã Dulce. Ela está desempregada e relata as dificuldades que tem para alimentar os cinco filhos. “Às vezes falta o que comer lá em casa. Às vezes eu peço para minha cunhada arroz […] Eu fico pensando dos meus filhos. Às vezes comíamos só galinha e arroz”, contou. 

Dona Francisca Sales também está desempregada e diz o que faz quando não tem o que colocar na mesa para alimentar a família. “Aqui a gente tem muitas dificuldades. Com a pandemia ficou cada vez mais difícil para quem não tem trabalho formal. Às vezes eu peço comida, não tenho onde conseguir”, revelou.  

E na reportagem de amanhã, 4 de agosto, você confere o que diz o representante no Brasil do Programa Mundial de Alimentos (WFP) e diretor do Centro de Excelência Contra a Fome, Daniel Balaban, sobre o avanço da fome no país e no Piauí. 

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