A Justiça do Piauí aceitou, na terça-feira (25), a denúncia contra Maria dos Aflitos da Silva e Francisco de Assis Pereira da Costa, acusados de envenenar sete familiares e uma vizinha em Parnaíba, entre agosto de 2024 e janeiro de 2025.

O casal foi indiciado pela Polícia Civil em 6 de março por 23 crimes. O Ministério Público os denunciou por oito homicídios qualificados e três tentativas de homicídio. O juiz Willmann Izac Ramos Santos, da 1ª Vara Criminal de Parnaíba, determinou que apresentem defesa em até dez dias.

Após essa fase, o processo segue para instrução, com depoimentos e análise de provas, até a sentença, que pode resultar em absolvição ou condenação, cabendo recurso.

Gabriela Lopes Silva, de 4 anos, uma das vítimas

As primeiras mortes

O primeiro caso ocorreu em agosto de 2024, quando os netos de Maria, João Miguel (7 anos) e Ulisses Gabriel (8 anos), passaram mal após ingerirem alimentos contaminados. Eles foram internados e morreram meses depois. Na época, o casal acusou uma vizinha, Lucélia Maria da Conceição, de oferecer cajus envenenados às crianças. A polícia encontrou pesticida na casa da vizinha, que acabou presa, mas novas mortes levaram a investigação para outro caminho.

O almoço fatal do Ano Novo

Em 1º de janeiro de 2025, um almoço de família terminou em tragédia. Nove pessoas passaram mal após comer baião de dois, e cinco morreram nos dias seguintes, incluindo três crianças. Maria e Francisco tentaram culpar peixes doados por terceiros, mas exames confirmaram que o baião foi envenenado na madrugada do Réveillon, quando apenas os dois estavam acordados. A perícia comprovou que o veneno foi adicionado intencionalmente ao alimento.

A última vítima

No dia 22 de janeiro, Maria Jocilene, vizinha e ex-amante de Maria, morreu após tomar café na casa da acusada. A perícia encontrou veneno na taça usada pela vítima, reforçando as suspeitas contra Maria dos Aflitos.

As investigações concluíram que o casal envenenava as vítimas e manipulava versões para despistar a polícia. Com a morte de Jocilene, os indícios contra Maria e Francisco se fortaleceram, levando à denúncia e ao processo criminal.