O Ministério Público Federal (MPF) conseguiu na Justiça a condenação de Raimundo Mendes da Rocha, ex-presidente da Famepi, e do empresário Paulo André Cardoso por desvio de recursos do Programa Segundo Tempo, vinculado ao Ministério do Esporte. Ambos foram sentenciados a 4 anos de reclusão, em regime aberto, pelo crime de peculato.

Entre 2010 e 2011, o programa recebeu R$ 4,2 milhões para criar 126 núcleos esportivos no Piauí, beneficiando 12,6 mil crianças e jovens. No entanto, mais de R$ 3 milhões foram desviados por meio da emissão de notas fiscais falsas para justificar a entrega de alimentos que não foram fornecidos. Além disso, a compra de material esportivo apresentou irregularidades, com uma diferença injustificada entre os valores pagos e os produtos adquiridos.

Ex-presidente da Famepi e empresário foram sentenciados por peculato após fraude em convênio esportivo

Fiscalizações constataram que alguns núcleos não operavam e que a alimentação oferecida era insuficiente e de baixa qualidade. Reportagens revelaram que, em locais como Teresina e Campo Maior, crianças jogavam em terrenos baldios, e muitos núcleos sequer existiam.

Além da condenação criminal, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou o ressarcimento de mais de R$ 2,5 milhões. A pena de prisão foi substituída por prestação de serviços comunitários e pagamento de multa. Ainda cabe recurso da decisão.

Com informações do MPF – PI