Órgãos alertam prefeitos sobre uso de recursos públicos em shows, enquanto população enfrenta escassez de água
O Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI) emitiram recomendações para que prefeitos de diversos municípios evitem a realização de festas públicas, especialmente nas cidades que decretaram estado de emergência devido à seca.
Prédio do Ministério Público do Piauí (Foto: Wanderson Camêlo/Teresina FM)
Em Fartura do Piauí, o MPPI já havia solicitado a suspensão do show da banda Calcinha Preta, cujo cachê gira em torno de R$ 300 mil. Durante uma reunião com o Ministério Público, o prefeito Orlando Costa chegou a chorar ao relatar a gravidade da seca e mostrar imagens da barragem completamente seca e da falta de água que atinge a população local.
Agora, o MPPI também recomenda que o prefeito de Santa Rosa do Piauí, Marlon Sousa, cancele o show do cantor Tarcísio do Acordeon e demais atrações previstas para o dia 29 de abril, em praça pública. O cachê do artista também estaria na faixa de R$ 300 mil.
A promotoria alerta ainda os gestores de outros oito municípios da região de São Raimundo Nonato para que não realizem festas com recursos públicos. A recomendação visa garantir que o orçamento municipal seja direcionado para áreas essenciais como saúde, educação, saneamento básico e assistência às famílias atingidas pela estiagem.
O prefeito de Nazária, Tropi, também foi citado. Somente em 2025, sua gestão já investiu cerca de R$ 800 mil em eventos públicos, valor considerado elevado diante das necessidades básicas da população.
Matéria de Luciano Oliveira e Lilian Oliveira