Nova política de “autodeportação” promete dinheiro, passagem e exclusão de lista de detenção para quem aceitar sair voluntariamente
O governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (5) um novo programa de deportação voluntária que oferece US$ 1.000 (cerca de R$ 5.658) a imigrantes em situação irregular que optarem por deixar o país por vontade própria. A iniciativa também inclui auxílio para a viagem e a retirada do nome do imigrante da lista de detenção do Departamento de Segurança Interna (DHS).
Imigrante ilegal preso por agentes do governo Trump em Chicago em 26 de janeiro de 2025. — Foto: Serviço de Imigração e Controle de Alfândega dos EUA
A medida integra o pacote de endurecimento das políticas migratórias prometido por Trump em sua campanha de reeleição, com foco em reduzir drasticamente o número de estrangeiros sem documentação legal. A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, explicou que a nova política está sendo viabilizada por meio do aplicativo CBP Home, usado para registro e organização da saída voluntária.
“Se você está aqui ilegalmente, a autodeportação é a melhor, mais segura e mais econômica maneira de deixar os Estados Unidos e evitar a prisão”, afirmou Noem, chamando o programa de uma “oportunidade histórica para estrangeiros em situação irregular”.
Importante: o valor só será pago após o retorno ao país de origem, segundo a secretária. A estratégia pode representar uma economia substancial para os cofres públicos — atualmente, o custo médio de deportação forçada por pessoa gira em torno de US$ 17.121 (R$ 96,9 mil), de acordo com dados do próprio DHS.
A iniciativa, que soa como um incentivo generoso à primeira vista, é lida por críticos como uma forma velada de coação e parte da retórica de Trump de criminalização da imigração. Ainda não há dados sobre a adesão ao programa.