Levantamento de 2023 aponta que mais de 90 mil brasileiros vivem em solo argentino. País vizinho é um dos principais destinos escolhidos por turistas do Brasil, que agora precisarão de um seguro saúde para viajar, assim como na Europa
O decreto que endurece as regras de imigração na Argentina, emitido nesta quarta-feira (4) pelo governo de Javier Milei, impacta diretamente os brasileiros.
As medidas anunciadas pelo gabinete da Presidência argentina preveem impactos para turistas, que agora precisarão apresentar um seguro saúde para entrar no país, assim como já é pedido por países da União Europeia.
Turistas posam para foto no Obelisco de Buenos Aires nesta quarta-feira (28), dois dias antes da cúpula do G20 (Foto: Martin Bernetti/ AFP)
No entanto, os principais afetados serão os que residem na Argentina, que, a partir de agora, precisarão pagar para ter acesso ao sistema de saúde público, não poderão ter antecedentes criminais e, possivelmente, passarão a ser cobrados pelos cursos universitários.
Segundo levantamento do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, em 2023, mais de 90 mil brasileiros viviam por lá.
Apesar da grande comunidade brasileira no país, em agosto de 2024, muitos contaram à BBC News que haviam decidido deixar a Argentina devido à explosão do custo de vida. Um estudante que vivia por lá desde 2019, por exemplo, viu seu aluguel pular de R$ 300 para R$ 2 mil.
Em dezembro, o g1 revelou que estudantes de medicina que haviam começado a fazer o curso nas universidades argentinas, estavam voltando ao Brasil para concluí-lo devido aos reajustes constantes no valor das mensalidades, ao aumento no curso de vida e às cobranças de aluguel em dólar.
Em fevereiro deste ano, o g1 também mostrou que, apesar da Argentina continuar sendo um destino popular entre os turistas brasileiros, já não é mais o destino de ostentação que havia se tornado nos últimos anos.
Os brasileiros não são os únicos. Muitos estrangeiros vêm decidindo abandonar o país depois de já sofrerem os impactos das mudanças na economia feitas desde o começo do mandato de Javier Milei.
Fonte: G1