A Advocacia-Geral da União (AGU) notificou as gigantes Meta (controladora de Instagram, Facebook, Threads e WhatsApp) e TikTok para que, no prazo de 24 horas, removam publicações com informações falsas sobre a viagem da primeira-dama Janja da Silva à Rússia. A medida atende a um pedido da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) e tem como alvo uma onda de fake news nas redes sociais.

Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil

Uma das postagens que viralizou mostra Janja ao lado de várias malas, insinuando que estariam cheias de dinheiro desviado de fraudes no INSS. O conteúdo ainda afirma que ela teria sido barrada ao desembarcar na Rússia, após um agente abrir uma das bagagens — tudo falso, segundo o governo.

Para a AGU, trata-se de “conteúdo desinformativo com potencial de comprometer a estabilidade institucional”, ferindo diretamente a legitimidade da missão diplomática oficial do Estado brasileiro.

Segundo o órgão, caso os conteúdos não sejam retirados do ar, as plataformas poderão ser responsabilizadas por omissão culposa, por permitir a disseminação de mensagens com potencial de enganar o público em relação a temas sensíveis, como relações diplomáticas.

A polêmica ganhou combustível depois que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) compartilhou um print de uma reportagem do site “Revista Brasil”, com a manchete de que Janja teria embarcado com “200 malas” para a viagem a Moscou. O texto não menciona dinheiro, mas sugere ostentação e uso indevido de recursos públicos.

A agenda oficial

A primeira-dama foi à Rússia a convite do governo russo, entre os dias 3 e 7 de maio, antes da chegada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Janja participou de compromissos culturais e educacionais: visitou universidades, o Kremlin, o Teatro Bolshoi, o Museu Hermitage e assistiu ao balé Lago dos Cisnes. Ela também se reuniu com autoridades como a vice-governadora de São Petersburgo, Irina Potekhina, e o governador Alexander Beglov.