Miguel Cavalcante alertou que a formação precária de médicos-veterinários pode trazer consequências graves para o país
O presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Piauí (CRMV-PI), Miguel Cavalcante, criticou duramente a decisão do Ministério da Educação de liberar o ensino a distância para cursos de Medicina Veterinária. A declaração foi feita durante entrevista ao Jornal da Teresina – 2ª Edição, na nesta quarta-feira (21).
Foto: Reprodução
A nova política do MEC restringe o EAD em cursos como Medicina, Odontologia, Enfermagem, Direito e Psicologia — mas deixou a Medicina Veterinária de fora, acendendo um alerta entre profissionais da área.
“Transformar um curso essencialmente prático como Medicina Veterinária em EAD é uma aberração. Isso é querer criar uma faculdade TikTok”, afirmou Miguel Cavalcante.
Falta de fiscalização
O presidente do CRMV-PI ainda destacou a ausência de fiscalização nas instituições de ensino. Segundo ele, o último exame de avaliação mostrou que nenhuma faculdade particular de Medicina Veterinária obteve nota máxima.
“E 10% foram reprovadas, tirando nota 1”, completou.
Risco para a saúde pública e economia
Miguel Cavalcante alertou que a formação precária de médicos-veterinários pode trazer consequências graves para o país, como já ocorre com o risco de gripe aviária.
“Quando se tira um profissional qualificado da cadeia produtiva, o resultado é embargo de carnes, prejuízo na balança comercial, desemprego e risco à saúde da população.”
Exame de proficiência como saída
O presidente do conselho defendeu que os conselhos de classe passem a exigir exame de proficiência para o exercício profissional, como já acontece na OAB.
“É uma forma de garantir que apenas os qualificados entrem no mercado. Saúde animal, humana e ambiental não se aprende por vídeo”, disse.