Instituição, que recebe milhões em recursos públicos, acumula dívida milionária e está na mira do Ministério Público do Piauí.
O Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI) abriu um Procedimento Preparatório para investigar possíveis irregularidades na gestão administrativa e financeira do Hospital São Marcos, em Teresina. O inquérito foi instaurado após a instituição divulgar, na imprensa, que pode suspender atividades devido a uma grave crise financeira — mesmo recebendo vultosos recursos públicos.
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De acordo com a portaria assinada pelo promotor de Justiça José Reinaldo Leão Coelho, da 25ª Promotoria de Justiça, o MP quer esclarecer se há má gestão, desvio de finalidade ou outros problemas que coloquem em risco a continuidade dos serviços prestados à população.
A associação que administra o hospital tem agora 10 dias úteis para apresentar uma série de documentos, incluindo balanços patrimoniais, demonstrações financeiras dos últimos três anos, detalhamento das dívidas e informações sobre os convênios com órgãos públicos.
O Ministério Público também solicitou explicações formais da Secretaria Estadual de Saúde e da Fundação Municipal de Saúde (FMS) de Teresina, que precisam informar sobre todos os repasses feitos nos últimos anos, além de enviar cópias das prestações de contas e de eventuais auditorias realizadas no período.
Dívida bilionária no centro do conflito
O Hospital São Marcos trava ainda uma batalha judicial com a Fundação Municipal de Saúde. Segundo a FMS, o hospital acumula uma dívida de R$ 56,6 milhões, referente a parcelas de empréstimos que deveriam ter sido abatidas dos repasses do Fundo Nacional de Saúde (FNS), mas que, por algum motivo, foram pagos integralmente.
O São Marcos, por sua vez, contra-atacou: ingressou com uma ação pedindo que a própria FMS seja condenada a pagar uma indenização de… R$ 116,9 milhões! Isso mesmo. O imbróglio ficou tão grande que a própria FMS solicitou à Justiça a correção do valor da causa para refletir esse novo montante.
Enquanto isso, pacientes oncológicos e toda a sociedade assistem, apreensivos, à disputa que envolve milhões de reais — e, mais que isso, vidas.