Hesitação em responder ofensiva israelense a aliados do Irã permitiu ataque a centrais nucleares do país, afirma cientista político Hussein Kalout em entrevista ao podcast O Assunto deste sábado.
O Irã vive um momento delicado e de vulnerabilidade estratégica após os ataques realizados por Israel diretamente ao seu território. A avaliação é do cientista político Hussein Kalout, em entrevista ao podcast O Assunto, em edição especial publicada neste sábado (14).
Foto: REUTERS
Kalout, que é pesquisador do CEBRI (Centro Brasileiro de Relações Internacionais) e doutor em política internacional pela Universidade de Lancaster, afirma que o Irã se encontra “emparedado” diante da pressão crescente. Segundo ele, isso ocorre por dois motivos principais.
O primeiro é a falta de reação do regime iraniano aos ataques sucessivos de Israel contra seus aliados estratégicos na região — como o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; e o regime de Bashar al-Assad, na Síria. Para Kalout, essas ofensivas enfraqueceram a rede de apoio do Irã e desmontaram sua vantagem militar indireta no Oriente Médio.
O segundo fator é o ataque direto às instalações nucleares iranianas, o que obriga Teerã a considerar uma resposta com alto impacto. No entanto, qualquer escalada pode trazer consequências severas.
Ainda segundo o analista, evitar uma reação pode gerar desgaste interno para o regime, que já enfrenta tensões sociais e políticas. Um recuo nesse momento poderia abrir espaço para protestos e levantes internos, colocando em risco a estabilidade do governo.
Kalout avalia que Israel aproveitou o momento de fragilidade do Irã para lançar os ataques, enxergando uma janela estratégica para conter a influência regional do país.
Com informações do podcast O Assunto, do g1.