Deputada do PSOL diz que foi mal interpretada ao sugerir que Oruam se engajasse politicamente após protesto no Morro Santo Amaro
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) se pronunciou neste domingo (16) após críticas a um comentário feito ao rapper Oruam, filho de um dos chefes do Comando Vermelho. A parlamentar foi alvo de ataques nas redes sociais por sugerir que o artista, que protestava contra a morte de Herus Guimarães Mendes da Conceição, jovem negro morto em uma ação policial no Rio, deveria fazer “revolução com o pé no chão”.
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No vídeo publicado no X (antigo Twitter), Erika reconheceu o erro. “Foi uma tentativa de diálogo, uma tentativa na qual reconheço que não usei as melhores palavras. Nem conhecia o histórico completo dele naquele momento”, disse.
A deputada afirmou que Oruam demonstrou interesse em se organizar politicamente após o protesto no Morro de Santo Amaro, e que sua resposta foi no sentido de conectá-lo com movimentos periféricos que já atuam na defesa das vidas negras e das favelas.
Erika também criticou o que chamou de “espetáculo” gerado a partir do comentário. “Me acusaram até de ‘passar pano’ pro crime. Gente dizendo, pela centésima vez no ano, que a esquerda morreu, que existe uma conspiração contra gays brancas ou até mesmo que Oruam é um novo Che Guevara.”
Ela reforçou que não compactua com homofobia, misoginia ou violência. “Mas também não vou fingir que uma figura como ele, mesmo com todas as suas contradições, não tem influência real na juventude. Se recusarmos o diálogo diante da contradição, ficamos imóveis, enquanto a extrema-direita ocupa todos os espaços com ódio, mentira e bala.”
A deputada encerrou a fala defendendo a construção política fora das bolhas das redes sociais e mencionou conquistas recentes com o apoio de grupos diversos, como fãs-clubes de artistas pop. “Seguirei fazendo política com coragem, com responsabilidade e com os olhos voltados pro povo real, e não pros algoritmos do Twitter.”