Prefeitura de Niterói e ex-jogador oferecem ajuda à família
O corpo da brasileira Juliana Marins, turista de 27 anos que morreu após cair em uma cratera do vulcão Monte Rinjani, na Indonésia, não será trazido ao Brasil com apoio financeiro do governo federal. O Ministério das Relações Exteriores esclareceu que os custos com o translado são de responsabilidade da família e não podem ser pagos com recursos públicos.
Em entrevista ao programa JT1, da Teresina FM, o corretor de seguros da Prudential, Matheus Braga, explicou que, em casos como esse, é essencial que a família esteja próxima do processo, já que o Itamaraty atua apenas com orientações.
“A participação da família é essencial. É imprescindível que haja um familiar ou alguém próximo responsável, pois, na ausência de contato familiar, a pessoa poderá ser sepultada no país do falecimento. A delicadeza do processo de luto exige o envolvimento da família. A função da embaixada se restringe à comunicação e orientação, fornecendo informações sobre a legislação local. Essa orientação legal inclui, inclusive, informações sobre custos, como a tradução juramentada de documentos — encargo financeiro a ser suportado pela família. Portanto, a atuação da embaixada limita-se à orientação legal”, explica.
Matheus Braga, corretor de seguros Prudential (Foto: Arquivo pessoal)
Matheus destacou ainda os altos custos envolvidos nesses procedimentos.
“Os custos associados aos processos funerários representam valores significativos. A experiência de perder um ente querido, por si só dolorosa, é agravada pela complexidade e pelas despesas inerentes ao funeral. Quando o óbito ocorre em âmbito internacional, a situação se torna ainda mais complicada. A necessidade de lidar com diferentes legislações, as formalidades legais, a preparação do corpo para translado, a documentação exigida e as regulamentações das companhias aéreas impõem uma grande burocracia à família, em um momento de fragilidade emocional e de grande impacto financeiro. Há ainda questões sanitárias específicas de cada localidade, como a preparação do corpo, frequentemente com embalsamamento internacional, e a aplicação de técnicas de tanatopraxia. Com base em minha experiência profissional, posso afirmar que, usualmente, os custos são cotados em dólar, principalmente no que se refere às companhias aéreas, o que implica considerar também a taxa de câmbio”, detalha
O corretor comentou ainda sobre seguros de viagem que cobrem esse tipo de situação.
“Existem modalidades de seguro que oferecem cobertura para esse tipo de imprevisto. Há seguros com cobertura para morte e traslado, que garantem o pagamento de um valor predefinido para cobrir os custos de translado e demais despesas, evitando impacto financeiro à família e assegurando a organização do processo. Além disso, o seguro-viagem também é relevante para outros custos que possam surgir, como internações médicas. Caso o viajante necessite de tratamento fora do país, os custos podem ser bastante elevados. Há ainda o seguro de vida individual, que pode incluir, opcionalmente, a cobertura de assistência funeral, a qual engloba o traslado e todos os processos e custos relacionados à repatriação do corpo, tanto em âmbito nacional quanto internacional”, destaca.
Matheus Braga finalizou com um alerta sobre a importância de contratar esse tipo de serviço.
“Acredito que viajar sem seguro, especialmente em viagens internacionais, equivale a embarcar em uma embarcação sem colete salva-vidas. Embora esperemos não precisar, o seguro nos protege de potenciais imprevistos e suas consequências, evitando maiores transtornos. Em situações de luto, é essencial garantir dignidade e respeito. Ninguém deseja, em um momento de dor, enfrentar dificuldades adicionais. O seguro proporciona essa tranquilidade, permitindo que a família lide com a situação delicada com a dignidade que merece”, finaliza.
Prefeitura de Niterói e ex-jogador oferecem ajuda à família
A Prefeitura de Niterói, no Rio de Janeiro, deve custear o translado do corpo de Juliana Marins. “Conversei com Mariana, irmã de Juliana, e reafirmei o compromisso da Prefeitura de Niterói com o translado da jovem para nossa cidade”, declarou Rodrigo Neves (PDT), prefeito da cidade fluminense, que decretou luto oficial de três dias.
O ex-jogador de futebol Alexandre Pato também se dispôs a arcar com os custos. Ele já entrou em contato com familiares de Juliana para tratar do assunto.
A legislação brasileira, por meio do Decreto nº 9.199/2017, sancionado pelo ex-presidente Michel Temer, estabelece que o Itamaraty, ou seja, o Ministério das Relações Exteriores, não cobre despesas com o translado de corpos de brasileiros falecidos no exterior.