O Irã já invadiu câmeras israelenses, sequestrou drones americanos (como o famoso RQ-170 em 2011)
A convergência entre tecnologia militar e segurança digital tem ganhado protagonismo global, e Israel está na vanguarda dessa transformação. O país não apenas lidera o desenvolvimento de drones militares, mas também está investindo pesadamente na proteção cibernética desses equipamentos. O resultado? Sistemas aéreos autônomos capazes de proteger dados sensíveis em tempo real contra ataques cibernéticos — verdadeiros escudos voadores.
Resultados de ataques com drones na Rússia (Foto: Reprodução)
Startups como Mobilicom, Sentrycs, Xtend e empresas como D Fend Solutions e Rafael têm apresentado soluções de segurança que combinam inteligência artificial, criptografia e resposta autônoma a ameaças. O Mobilicom ICE Suite, por exemplo, oferece proteção criptografada desde o hardware até a comunicação, bloqueando até dez tipos diferentes de ataques simultaneamente.
Essas tecnologias são testadas em ambientes reais, como no deserto de Negev, onde o Ministério da Defesa de Israel tem simulado situações de ataque com drones inimigos, incluindo equipamentos com tecnologia iraniana.
A Rafael, por meio do sistema Drone Dome, é capaz de identificar e tomar o controle de drones adversários, o que mostra que a segurança não é mais apenas uma questão de defesa aérea — mas de integridade de dados e proteção digital. Exemplos não faltam do outro lado da guerra digital.
O Irã já invadiu câmeras israelenses, sequestrou drones americanos (como o famoso RQ-170 em 2011), e sofreu ataques devastadores em suas infraestruturas críticas, como o vazamento de US$ 90 milhões da exchange de criptomoedas Nobitex. Os alvos agora vão além de campos de batalha físicos — bancos, dados, servidores e identidades estão na mira.
Para os profissionais do Direito Digital, a lição é clara: os contratos precisam prever proteção “drone-grade” para dados sensíveis, especialmente quando utilizados em investigações, monitoramentos ou operações que envolvam captura e transmissão remota de informações.
O uso forense de dados obtidos por drones só será válido judicialmente se houver garantia de integridade e cadeia de custódia segura. Além disso, compliance e auditoria precisam se atualizar: o que hoje é exigência em contratos militares, amanhã poderá ser padrão no setor financeiro, logístico, ambiental e jurídico. A era da ciberdefesa voadora já começou — e ignorá-la é voar às cegas.