Família quer respostas sobre data e hora da morte; laudo local indicou trauma, mas imagens apontam sinais de vida horas depois
O corpo da publicitária Juliana Marins, de 26 anos, que morreu após cair na encosta do Monte Rinjani, na Indonésia, passará por uma nova autópsia nesta quarta-feira (3) no Rio de Janeiro. A decisão atende a um pedido da família, formalizado na Justiça Federal, e autorizado pela 7ª Vara Federal de Niterói.
A nova perícia, que contará com um perito da Polícia Federal, um representante da família e acompanhamento da Defensoria Pública da União (DPU), busca esclarecer pontos que ficaram nebulosos no laudo feito na Indonésia — principalmente a data e a hora da morte.
A primeira autópsia, feita no Hospital Bali Mandara, apontou que Juliana sofreu trauma contuso com fraturas, lesões internas e hemorragia, e teria morrido cerca de 20 minutos após o impacto. Mas vídeos feitos por turistas mostram Juliana com sinais de vida três horas depois da queda, sentada em uma fenda, mexendo as mãos. A contradição alimenta a suspeita de omissão de socorro por parte das autoridades locais.
A urna funerária chegou ao Rio na noite de terça-feira (2), após uma longa operação que envolveu a Emirates — que inicialmente cancelou o voo por falta de espaço — e a Força Aérea Brasileira (FAB). O pai da publicitária, Manoel Marins, falou em “alívio” por poder dar um encerramento digno ao caso.
A família reforça que não queria prolongar a dor, mas a falta de informações claras sobre a tragédia tornou a nova perícia necessária. “Foram muitos descasos. Não queríamos dar mais esse passo, mas infelizmente entendemos ser necessário para sabermos o que realmente aconteceu”, afirmou Mariana Marins, irmã de Juliana.
A DPU destaca que a certidão de óbito, emitida pela Embaixada do Brasil em Jacarta, não trouxe detalhes conclusivos sobre o momento exato do falecimento, o que pode prejudicar eventuais medidas judiciais.