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Lições de Millor

23 de setembro de 2020

Millôr Fernandes, desenhista, dramaturgo, escritor, poeta e grande jornalista brasileiro, certa vez definiu o político como um sujeito que convence todo mundo a fazer uma coisa da qual ele não tem a menor convicção.

Millôr morreu em 2012, aos 88 anos de idade, mas deixou um grande legado de sabedoria. São frases, textos e pensamentos que muito representam a sociedade brasileira de hoje.

Ele dizia que com muita sabedoria, estudando muito, pensando muito, procurando compreender tudo e a todos, um homem consegue, depois de mais ou menos quarenta anos de vida, aprender a ficar calado. E desejava paz na terra aos homens de boa vontade, isto é paz para poucos.

Ao produzir essas perolas, algumas décadas atrás, ele antevia o desastre que se aproximava do Brasil e dos brasileiros. Ele viu, antes de qualquer um, que caminhávamos para o abismo, exatamente porque começava a faltar a boa vontade entre nós.

A boa vontade, que começou a desaparecer lá atrás, hoje praticamente deixou de existir. Não se pensa mais no bem coletivo, no bem ou no interesse de todos.

Os políticos – existem as exceções, poucas, é preciso que se diga – adotaram nos últimos anos a política do eu primeiro, ignorando solenemente as necessidades da população que diz representar e em cujo nome diz falar.

É essa política nefasta que está criando um fosso cada vez mais largo e profundo entre a população e os políticos. Vivemos a política da mesquinhez e da hipocrisia. E com o agravante de que a classe política pouco ou quase nada tem feito na direção de superar essas dificuldades.

O primeiro passo, para superação desse distanciamento tem que ser dado pelo político, por ser ele o agente responsável por esse sentimento de traição que inunda a alma dos brasileiros.

Sentimento esse que faz com que a simples citação de um único parlamentar leva a pessoa a deixar de acreditar no que está sendo proposto e até no que já está sendo feito.

É impressionante como a população criou uma espécie de nojo da atividade política, exatamente por se sentir traída por quem um dia prometeu criar um paraíso brasileiro.

Os governantes precisam urgentemente rever esses métodos, sob o risco de um perigosíssimo descrédito total e generalizado. Precisam entender que a política é também o ato de perseguir o bem comum, o bem de todos.

Caso contrário, nenhuma luz conseguirá manter-se acessa no fim do túnel.

Afinal, a política, quando gera corrupção na célula social, é um verdadeiro câncer que destrói toda a sociedade e os seus valores morais.

E os políticos não podem esquecer que o estado é um agente de promoção social e também um agente regulamentador de toda a vida e saúde social, política e econômica do país.

Pensem nisso.

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