Foi sancionada e publicada no Diário Oficial do Estado a lei que institui oficialmente o “Dia dos Profetas da Chuva” no calendário de eventos do Piauí. A iniciativa, proposta pelo deputado estadual Francisco Limma, homenageia homens e mulheres do sertão que, munidos de um conhecimento ancestral e observações da natureza, fazem previsões climáticas respeitadas até hoje em várias comunidades.

O deputado estadual Francisco Limma, do PT (Foto: Reprodução/Alepi)

Os chamados Profetas da Chuva utilizam sinais da fauna, flora, do céu e até do comportamento de formigas para prever se o inverno será generoso ou miserável. Segundo a nova lei, esses saberes vêm da tradição indígena, quilombola e sertaneja — e agora ganham reconhecimento institucional, com diretrizes específicas para manter a cultura viva e promover debates sobre o impacto das mudanças climáticas.

Entre os objetivos da data, estão a troca de experiências entre os profetas, a formação de novos integrantes, pesquisas sobre as percepções da população sobre o clima, e até rodas de prosa, encontros e eventos que podem impulsionar o turismo cultural. A proposta ainda inclui o incentivo ao cultivo sustentável de alimentos no semiárido e o registro dos saberes em museus e acervos oficiais.

Ou seja, não é só poesia de sertanejo velho: é ciência popular, resistência cultural e até oportunidade de desenvolvimento regional. Agora é esperar a previsão dos profetas para ver se o céu vai cooperar.