Governador quer US$ 103 milhões para projetos de transformação digital e gestão fiscal; Alepi deve votar propostas ainda este mês
O governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), encaminhou à Assembleia Legislativa mais dois pedidos de autorização para contratar novos empréstimos que, juntos, somam US$ 103 milhões — cerca de R$ 580,59 milhões na cotação atual. As mensagens foram protocoladas na Alepi no dia 30 de abril e devem ser votadas ainda este mês.
O governador do Piauí, Rafael Fonteles (Foto: Reprodução)
A primeira solicitação envolve um empréstimo de US$ 50 milhões junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com destino ao programa Piauí Mais Digital, voltado à transformação tecnológica do governo estadual. A ideia, segundo o Executivo, é estruturar o estado com soluções digitais em áreas estratégicas como educação e gestão pública.
Na segunda mensagem, o pedido é por US$ 53 milhões, destinados à modernização da gestão fiscal do Estado. O projeto quer tornar o sistema tributário mais justo e eficiente, com apoio da tecnologia para ampliar a capacidade de resposta do poder público.
Ambos os empréstimos têm como contragarantia parte da arrecadação do Imposto de Renda retido na fonte sobre servidores e entidades estaduais, conforme previsto na Constituição.
Esses pedidos se somam a uma avalanche de operações de crédito autorizadas ou solicitadas por Fonteles desde o fim de 2024, que já totalizam R$ 14 bilhões. Em abril, o governador encaminhou três pedidos somando R$ 11 bilhões — entre eles, um de R$ 5,8 bilhões com o Banco do Brasil, para reestruturação de dívidas com condições consideradas desfavoráveis.
Desde dezembro, também foram assinados contratos com a Caixa Econômica (R$ 97 milhões), com o Banco do Brasil (R$ 730 milhões e mais R$ 2,5 bilhões), além de uma solicitação à Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) de até € 39 milhões (R$ 250 milhões) para projetos de sustentabilidade e turismo.
Com tantos contratos assinados e outros em análise, a oposição começa a questionar se o volume de endividamento não comprometerá a capacidade fiscal do estado nos próximos anos — enquanto o governo aposta na tese de que crédito barato e bem direcionado pode acelerar o desenvolvimento.