Esquema desviou milhões do transporte escolar com contratos fraudados e veículos sucateados.
O Ministério Público Federal (MPF) apresentou mais uma denúncia no âmbito da Operação Topique, que revelou um dos maiores esquemas de corrupção envolvendo recursos do transporte escolar no Piauí e Maranhão. Foram denunciados o empresário Luiz Carlos Magno Silva, o ex-diretor da Secretaria de Educação do Piauí (Seduc), coronel Ronald Moura e Silva, e sua mãe, Isabel da Cruz Moura e Silva.
Sede do Ministério Público Federal no Piauí (Foto: Divulgação)
A denúncia, assinada pelos procuradores Leonardo Carvalho e Carlos Wagner Guimarães, detalha uma teia de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro, sustentada por contratos superfaturados e licitações fraudulentas. A investigação aponta que o grupo operava desde 2012, drenando recursos federais do PNATE e do Fundeb.
De acordo com o MPF, Luiz Carlos ofereceu vantagens indevidas a Ronald Moura, incluindo o uso gratuito de quatro veículos da empresa Locar Veículos, além de pagamentos mensais que chegavam a R$ 150 mil. O objetivo? Garantir facilidades em licitações e na execução de contratos públicos.
E o dinheiro sujo não parava nos bolsos. Ronald e a mãe, Isabel, são acusados de lavar parte dos valores, como na compra de uma caminhonete Fiat Toro registrada em nome dela, mas usada exclusivamente por ele — aquele velho truque do “coloca no nome da mãe que ninguém percebe”.
A Polícia Federal encontrou provas robustas, como quebras de sigilo bancário, fiscal e telemático, além de trocas de mensagens, documentos e movimentações financeiras que não fecham com os rendimentos oficiais dos envolvidos.
O MPF pede que a Justiça receba a denúncia e condene os acusados pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. O esquema, que também envolvia empresas como Locar e C2 Transportes, gerou diversos processos, deixando um rastro de prejuízo para a educação e o transporte escolar de milhares de alunos.