Na manhã desta segunda-feira (5), a Polícia Civil do Maranhão deflagrou uma operação no bairro Centro Operário, em Timon, resultando na prisão de um casal suspeito de integrar a liderança de uma facção criminosa envolvida no tráfico de drogas na região. A ação, realizada com o apoio de unidades especializadas – entre elas a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), DENARC, GPE-18, NOC-18, NIP-MA e 18ª DRPC – contou também com o suporte de um cão detector.

Durante a abordagem, os agentes apreenderam uma expressiva quantidade de entorpecentes, que incluíam maconha, crack e cocaína, além de equipamentos utilizados no tráfico, como balanças de precisão e material para embalar drogas. Foram recolhidos também dinheiro, celulares e cinco camisas confeccionadas clandestinamente com a insígnia da Polícia Civil, destinadas a operações criminosas.

O episódio ganhou contornos inusitados com a descoberta de 25 cestas básicas, que, conforme as investigações, fazem parte de um “serviço social” imposto pela facção. Segundo o delegado Otávio Chaves, as cestas eram utilizadas como forma de punição interna: membros que desrespeitassem as regras – seja cometendo furtos ou se envolvendo em desentendimentos familiares – eram obrigados a doá-las às famílias de outros integrantes que estivessem presos, como forma de compensação ou retaliação.

A prisão do casal ocorreu após um monitoramento atento das movimentações suspeitas, quando a polícia observou a tentativa de esconder drogas em uma área de mata. Na ocasião, além dos entorpecentes, foram encontradas as cestas básicas que seriam distribuídas conforme as ordens do que ficou conhecido como “tribunal do crime”.

Em breve, o Poder Judiciário deverá avaliar o destino das cestas apreendidas, que podem ser destinadas a ações sociais e retiradas do uso criminoso, beneficiando a comunidade de maneira legal. A operação evidencia o modus operandi adotado pelas facções em Timon e reforça o compromisso da polícia na desarticulação dessas organizações e no combate a práticas violentas e ilícitas, mesmo aquelas mascaradas como atos de “beneficência”.