A vereadora Tatiana Medeiros (PSB) teve a prisão mantida durante audiência de custódia realizada na manhã desta sexta-feira (4), no Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI). A parlamentar foi presa na quinta-feira (3) sob suspeita de envolvimento com a facção criminosa.

A Câmara Municipal de Teresina realizou, nesta quinta-feira (03), uma coletiva de imprensa para tratar da prisão preventiva da vereadora Tatiana Medeiros. O procurador-geral da Casa, Dr. Pedro Rycardo Couto, confirmou que a decisão judicial determinou o afastamento da parlamentar, medida que será cumprida de imediato. Na semana que vem a Câmara de Teresina vai se reunir para analisar a situação política da vereadora Tatiana Medeiros.

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O juiz Luís Henrique Moreira Rego decidiu manter a prisão preventiva e por prerrogativa de função, foi determinado que ela fique custodiada em uma sala de Estado-Maior, no Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar do Piauí.

A defesa da vereadora nega que tenha qualquer envolvimento com organização criminosa.

Entenda o caso

A Polícia Federal prendeu a vereadora Tatiana Medeiros (PSB) na manhã desta quinta-feira (03) em sua residência, no bairro Ininga, zona leste de Teresina. A detenção fez parte da segunda fase da Operação Escudo Eleitoral, que apura a possível atuação de facções e o cometimento de crimes eleitorais nos pleitos de 2024.

A operação visa o cumprimento de oito mandados judiciais, sendo dois mandados de prisão preventiva, três de busca e apreensão e três de afastamento de função pública, que incluem também ocupantes de cargo em comissão na Câmara Municipal de Teresina, na Assembleia Legislativa e na Secretaria de Estado de Saúde do Piauí. As ordens judiciais, cumpridas na capital piauiense e na cidade de Timon, foram expedidas pelo 1º Juízo de Garantias da Justiça Eleitoral no Piauí.

A investigação, iniciada após a divulgação dos resultados das eleições 2024, identificou elementos que apontaram vínculo entre candidata eleita ao cargo de vereadora na capital piauiense e expoente de facção criminosa violenta com grande atuação no estado.

Há indícios de que a campanha eleitoral da parlamentar foi custeada com recursos ilícitos oriundos de facção criminosa, bem como de desvios de recursos públicos de uma instituição não governamental (ONG) administrada por Tatiana Medeiros.

Além das medidas judiciais citadas, o Juízo Eleitoral determinou a suspensão das atividades da ONG, com o consequente impedimento de receber qualquer novo aporte de recursos, e a proibição dos suspeitos afastados de suas funções de frequentarem os locais que trabalhavam e de manter contato com outros servidores.

A casa de Tatiana já havia sido alvo de outra operação, em novembro de 2024; na ocasião o Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico da Polícia Civil do Piauí (Denarc) cumpriu um mandado judicial. O alvo era Alandilson Cardoso Passos, de 33 anos, namorado da parlamentar. Ele, suspeito de integrar uma organização criminosa especializada no tráfico de drogas e na lavagem de dinheiro, foi preso no dia 14 de novembro na cidade de Belo Horizonte.

O presidente do PSB no Piauí, Washington Bonfim, emitiu nota destacando que o partido está acompanhando a situação. Confira a manifestação:

“Em relação à prisão da vereadora Tatiana Medeiros (PSB), informamos que estamos acompanhando de perto a situação e tomamos conhecimento da operação juntamente com a imprensa. Para que possamos nos pronunciar, é necessário que tenhamos acesso ao inquérito e, assim, possamos adotar os processos legais cabíveis, conforme já fizemos no momento do afastamento da vereadora da direção municipal do PSB de Teresina”.