O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), suspendeu nesta quarta-feia (29) a posse de Alexandre Ramagem como diretor-geral da PF (Polícia Federal). […]
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), suspendeu nesta quarta-feia (29) a posse de Alexandre Ramagem como diretor-geral da PF (Polícia Federal). A medida havia atendeu a um pedido feito em ação movida pelo PDT.
O delegado foi nomeado para o cargo nesta terça-feira (28) pelo presidente Jair Bolsonaro, mesmo após críticas à possibilidade de sua indicação demonstrar possível tentativa do chefe do Executivo em interferir na PF.
Na decisão, Alexandre de Moraes afirma que houve “desvio de finalidade do ato presidencial” na nomeação de Ramagem “em inobservância aos princípios constitucionais da impessoalidade”.
“Em tese, apresenta-se viável a ocorrência de desvio de finalidade do ato presidencial de nomeação do Diretor da Polícia Federal, em inobservância aos princípios constitucionais da impessoalidade, da moralidade e do interesse público”, disse.
Ramagem assumiu o cargo em substituição a Maurício Valeixo, indicação do ex-ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública). O ex-diretor-geral foi demitido na última sexta-feira (24) sem o consentimento do ex-juiz federal, que se demitiu em seguida.
Ao anunciar sua demissão, Moro fez uma série de acusações contra Bolsonaro, entre elas, de que o presidente queria uma pessoa de seu “contato pessoal” em cargos de comando na PF para poder “ligar” e “colher informações”. O chefe do Executivo negou querer fazer interferência, mas disse que queria alguém de confiança no cargo.
Políticos e autoridades lamentaram a saída de Moro e fizeram duras críticas à Bolsonaro. O ministro Celso de Mello, do Supremo, abriu inquérito na segunda-feira (27) para apurar declarações de Sergio Moro contra Bolsonaro, a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras.
Em carta, delegados da PF chegaram a afirmar que a denúncia mostra que há uma “crise de confiança instalada”.