Nos EUA, tradição é que os países sejam representados por embaixadores nas posses de presidentes. Trump inicia seu segundo mandato na próxima segunda-feira (20).
A embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti, deve representar o governo brasileiro na posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, na próxima segunda-feira (20). Segundo diplomatas ouvidos pelo, o convite foi enviado à chancelaria brasileira e a presença da diplomata na posse confirmada.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não foi convidado e até o momento não conversou por telefone com Trump para discutir a relação entre Brasil e EUA. Conforme auxiliares de Lula, não há movimentação para uma ligação nos próximos dias.
Donald Trump foi eleito o 47° presidente dos Estados Unidos (Foto: ANDRé RIBEIRO/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO/Seth Wenig/Pool via REUTERS)
A ausência de convite a Lula segue a praxe dos americanos. Diferentemente do Brasil, a tradição nas cerimônias de posse dos presidentes dos EUA é convidar os embaixadores dos países que atuam em Washington.
Quando, por algum motivo, o embaixador não pode comparecer à posse — e há a decisão de um governo de se fazer representado na cerimônia —, a tendência é que o país envie, então, o encarregado de negócios da embaixada, espécie de número dois da representação diplomática
Nada impede, porém, que o presidente eleito decida convidar chefes de Estado por alguma razão. De acordo com o jornal “La Nacion”, o presidente da Argentina, Javier Milei, irá à posse deste segundo mandato de Trump.
Relações Brasil x EUA
Diplomatas afirmam que as relações entre Brasil e EUA devem se manter estáveis, apesar do distanciamento político entre Lula e Trump.
O governo brasileiro visa uma relação pragmática e preocupada em preservar negócios, a exemplo do que ocorre com a gestão de Milei na Argentina. Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás somente da China.
Trump é alinhado ideologicamente ao ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022), que defendeu medidas e discursos do mandato anterior do americano (2017-2020), apoiou a sua reeleição e não reconheceu imediatamente a vitória de Joe Biden (2021-2024).
Além disso, no ano passado, Lula manifestou apoio a Kamala Harris, vice de Biden e candidata do partido democrata derrotada por Trump nas urnas.
Mesmo assim, no dia em que foi confirmada a vitória de Trump, Lula e o Ministério das Relações Exteriores reconheceram publicamente o resultado da eleição.
Fonte: G1