22/03/2025
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Trump agirá contra Lula se relatório sobre Moraes for contundente

Relatório que a OEA prepara sobre a atuação de Moraes pode levar a ofensiva nunca vista contra Lula

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Publicado por: Wanderson Camêlo 17/02/2025, 14:15

O relatório que a Organização dos Estados Americanos prepara sobre Alexandre de Moraes pode levar a uma ofensiva nunca vista dos Estados Unidos contra o governo Lula. Caso o documento produzido pela OEA aponte a existência de arbitrariedades em decisões do ministro do STF, Donald Trump endurecerá ainda mais o já estremecido diálogo com o Brasil. E deverá lançar mão de novas medidas que prejudiquem a economia brasileira, além da já anunciada taxação do aço.

Ao menos dois auxiliares próximos de Donald Trump sustentam haver uma “ditadura” no Brasil, que seria orquestrada por Alexandre de Moraes e o Palácio do Planalto com objetivo de “perseguir opositores” de direita como Bolsonaro e “censurar” redes sociais. Um desses conselheiros é Elon Musk. O bilionário despacha com Trump na Casa Branca e agora manifesta abertamente apoio ao impeachment de Lula.

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos (Foto: Reprodução/Isto É)

O outro é Jason Miller, principal estrategista da campanha eleitoral que levou Trump de volta ao poder. Por ordem de Moraes, Miller chegou a ser detido no aeroporto de Brasília, em 2021, para prestar depoimento no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos que corre no STF.

Aliado de Bolsonaro, Donald Trump não esconde o desejo de elevar o tom contra Lula. Um relatório contundente da OEA, o fórum de debate dos países do Ocidente, daria o lastro de que o presidente dos Estados Unidos precisa para justificar o porquê das restrições ao Brasil.

Embora ainda não seja possível prever o tom do relatório sobre Moraes, há três indicativos de que o documento será robusto. O primeiro é que a Organização dos Estados Americanos tem como principal financiador o governo dos Estados Unidos, comandado por Trump. A verba destinada pela Casa Branca à OEA este ano será da ordem de 50 milhões de dólares, metade do que todos os outros 33 países investem, juntos, no colegiado.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Divulgação/Presidência da República)

Um relatório que os Estados Unidos julguem ser pouco condizente com a realidade do Brasil seria o pretexto para Trump cortar a verba da OEA, assim como já fez com a agência USaid e ONGs que, argumenta, atuariam para beneficiar a esquerda a nível global. A Organização dos Estados Americanos acompanhou a tesourada de Trump.

Outros dois indicativos foram declarações do próprio Pedro Vaca Villarreal, relator da OEA que passou os últimos dias em Brasília ouvindo de Moraes a Bolsonaro. A Sam Pancher, no Metrópoles, ele disse que o tom das acusações contra o ministro do STF, era “realmente impressionante”. Já o ex-presidente brasileiro, após dar sua versão à OEA, afirmou à coluna que Vaca lhe garantiu que escreverá um “relatório sincero” sobre a situação do Brasil.

Trump e as falas de Lula e Janja

A mágoa de Donald Trump com Lula não se compara à que Elon Musk nutre por Alexandre de Moraes. Mas, ainda assim, o presidente dos Estados Unidos tem motivos pessoais para adotar o distanciamento que tem mantido do Palácio do Planalto.

Em novembro passado, assessores de Donald Trump receberam um relatório com uma declaração de Lula, a uma TV francesa, insinuando que a vitória do republicano nos EUA significaria a “volta do nazismo e do fascismo”.

Naquele mesmo mês, a primeira-dama do Brasil, Janja, dirigiu um “fuck you” a Elon Musk em um evento do G-20, quando já era público que o empresário teria cargo de destaque no governo dos EUA. Na entrevista de Lula que chegou ao gabinete de Trump, disse o brasileiro dias antes da eleição:

“Nós vimos o que foi o presidente Trump no final do seu mandato, fazendo aquele ataque ao Capitólio. Uma coisa que era impensável de acontecer nos EUA, pois o país se apresentava ao mundo como um modelo de democracia. E esse modelo ruiu. Então, nós, agora, temos o ódio destilado todo santo dia, as mentiras, não apenas nos EUA, na Europa, na América Latina, vários países. É o fascismo e o nazismo voltando a funcionar com outra cara. Como sou amante da democracia, acho a coisa mais sagrada que nós humanos conseguimos construir pra bem governar o nosso país, obviamente estou torcendo para a Kamala ganhar as eleições”.

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