“Um tribunal cada vez menos técnico e mais político”, disparou o deputado
O deputado estadual B.Sá (Progressistas) reprovou o indiciamento de Jair Bolsonaro (PL) e criticou, de forma dura, a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF). O parlamentar disse não concordar com a denúncia contra o ex-presidente e afirmou que a Suprema Corte age de “forma política”.
A manifestação foi feita na tribuna do plenário da Alepi (Assembleia Legislativa do Piauí) nesta quinta-feira, 20. B. Sá reforçou o discurso através de postagem no perfil pessoal no Instagram.
O deputado estadual B.Sá, do Progressistas (Foto: Wanderson Camêlo/Teresina FM)
“Manifestei, no grande expediente da Assembleia legislativa, meu sentimento quanto a denúncia apresentada pela Procuradoria da República em face do ex-presidente Bolsonaro, não concordo com tal denúncia. Mas, por tudo que passa o STF, um tribunal cada vez menos técnico e mais político. Manifesto minha preocupação com o que está em jogo: e não é o futuro do ex-presidente, e sim a credibilidade da nossa Suprema Corte”, escreveu o progressista.
B.Sá focou mais no STF. Sobrou também para o ministro da Corte, Luís Roberto Barroso, e para o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo contra Bolsonaro na Casa.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
“É preciso agir com imparcialidade, é preciso o presidente Barroso [Luís Roberto Barroso, presidente do STF], que, há dias atrás, foi dizer ‘derrotamos o bolsonarismo’, afaste o seu sentimento político e passe a julgar como julgador, como todos nós queremos, imparcial. Da mesma maneira, o relator do processo, Alexandre de Moraes, se afaste um pouco do desejo de fazer justiça com as próprias mãos”, atacou o deputado.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) indiciou Jair Bolsonaro nesta terça-feira, 17. A PGR entendeu que o ex-presidente participou, em conluio com mais 33 pessoas (dentre elas militares do Exército Brasileiro), de uma trama golpista para se manter no poder após a derrota para Lula em 2022.
“As ações progressivas e coordenadas da organização criminosa culminaram no dia 8 de janeiro de 2023, ato final voltado à deposição do governo eleito e à abolição das estruturas democráticas”, enfatiza a peça processual, assinada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Como destacou o portal CNN, Alexandre de Moraes dará o prazo de 15 dias para que os advogados do ex-presidente apresentem defesa e possíveis contestações. Não há prazo para a realização do julgamento final do caso no STF.
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