“A gente precisa aguardar o andar desse processo [na Justiça]”, afirmou o pedetista
O presidente da Câmara de Teresina, Enzo Samuel (PDT), não se mostrou disposto a acatar o pedido de posse do suplente Leondidas Júnior (PSB) no parlamento municipal. A solicitação foi feita pelo PSB e levou em consideração o fato da titular da vaga, Tatiana Medeiros, estar presa por tempo indeterminado.
“Já nos manifestamos, inclusive publicamente, até através da imprensa, que o prazo é de 60 dias e que nós estamos cumprindo o regimento”, asseverou Enzo em entrevista à imprensa na semana passada.
O presidente da Câmara de Teresina, Enzo Samuel (Foto: Wanderson Camêlo/Teresina FM)
O procurador-geral da Câmara, Pedro Rycardo Couto, já afirmou que o suplente só poderá ser convocado 60 dias após o afastamento de Tatiana das atividades parlamentares em decorrência da detenção.
“Já deixemos bastante claro qual a nossa posição. A nossa posição é de 60 dias […]. A gente precisa aguardar o andar desse processo [na Justiça]. Digo e repito, são informações que são melhores de se esperar na Justiça [eleitoral], já que é um processo que se começou lá”, acrescentou o presidente do legislativo teresinense.
O suplente de vereador Leondidas Júnior (Foto: Reprodução/Instagram)
O regimento interno da Câmara de Teresina destaca a seguinte hipótese sobre a substituição do titular da vaga pelo suplente imediato:
“Por afastamento para o desempenho de missão cultural ou política, de caráter temporário e de interesse do Município, em prazo não superior a 60 (sessenta) dias por sessão legislativa, fazendo o Vereador jus ao seu subsídio”. O documento frisa também que o “suplente somente será convocado quando o afastamento for superior a 60 (sessenta) dias, devendo afastar-se logo que o titular retorne, depois de transcorrido o período”.
A vereadora Tatiana Medeiros, do PSB (Foto: Reprodução/Câmara Municipal)
Tatiana Medeiros segue custodiada em uma sala do Comando Geral da Polícia Militar do Estado. Ela é investigada pela Polícia Federal sob suspeita de ter recebido mais de R$ 1 milhão do crime organizado, especificamente do tráfico de drogas, para financiar sua campanha. As informações fazem parte do inquérito da Operação Escudo Eleitoral e foram divulgadas no dia 4 de abril.
O valor teria sido repassado por Alandilson Cardoso Passos, namorado da parlamentar e investigado por integrar uma facção criminosa. Em mensagens trocadas entre os dois, Alandilson cobra o montante investido na campanha e Tatiana responde afirmando que venderia o carro para pagar a dívida.
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