A visita foi realizada por 12 vereadores nesta terça-feira (1)
Atualizada às 18h30
Por Beatriz Mesquita
Uma comissão de vereadores de Teresina, formada por 12 membros da Casa, realizou nesta terça-feira (1) uma visita técnica ao aterro sanitário, localizado na zona Sul da capital. A ação ocorreu dez dias após a morte do menino David Kauan, que foi atropelado por um trator enquanto dormia no local.
Os vereadores constataram durante a visita que a área com cerca de 24 hectares com vida útil de até 200 anos, é destinada exclusivamente ao recebimento de lixo doméstico.
Em entrevista à Teresina FM, o vereador Pedro Alcântara (Progressistas) afirmou que o aterro não é murado, é apenas cercado e conta com seis vigias.
Vereadores visitam aterro sanitário de Teresina, Foto: Ascom da Câmara Municipal de Teresina
“Havia um carro que levava esses trabalhadores até a usina, que fica na entrada do aterro, mas esse carro foi roubado e nunca mais apareceu. A usina de reciclagem foi desmontada, peça por peça, até desaparecer — roubaram tudo”, afirmou o vereador.
A visita também identificou, além da falta de segurança, a ausência de equipamentos de proteção e a presença de catadores sem qualquer tipo de cadastro.
Segundo Alcântara, os vereadores puderam ver de perto o problema social e presenciaram pessoas catando lixo sem gorro, luvas, máscara ou avental, correndo sérios riscos à saúde.
Uma das soluções propostas na Câmara e já aprovada de autoria do vereador Pedro Alcântara é a criação de uma comissão mista com técnicos da área de saúde e assistência social, formada por psicólogos, sociólogos, assistentes sociais, psicopedagogos e médicos. O objetivo do projeto é manter um diálogo com a comunidade de catadores e apresentar outras possibilidades, incentivando o abandono desse estilo de vida.
David Kauan, de 12 anos, morreu atropelado por um trator no aterro sanitário de Teresina na madrugada do último sábado (21). Ele estava coberto por papelão quando foi prensado pelo veículo, que pertence a uma empresa terceirizada responsável pela limpeza da cidade.
A família informou a imprensa local que o menino costumava catar recicláveis no local para juntar dinheiro e comprar uma bicicleta. O corpo de David foi sepultado no município de Miguel Alves, a 117 km da capital, cidade natal da família.
“A Prefeitura Municipal de Teresina, por meio da Empresa Teresinense de Desenvolvimento Urbano (ETURB), informa que o Aterro Sanitário da capital é operado por uma empresa terceirizada, responsável pela gestão do espaço e pela manutenção de vigilância armada nos turnos da manhã, tarde e noite.
Apesar dos esforços de segurança, algumas pessoas ainda conseguem acessar o local de forma clandestina, principalmente durante o período noturno.
Reiteramos que o Aterro Sanitário funciona com todas as licenças ambientais vigentes e sob fiscalização contínua da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMARH), seguindo os parâmetros legais e ambientais exigidos.”