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Saúde

Segunda onda de Covid-19 e a corrida pela vacina

Médico infectologista esclarece dúvidas acerca dos desdobramentos da pandemia de Covid-19 e da vacina

Publicado por: FM No Tempo 23/12/2020, 13:53

Hospitais particulares de Teresina suspenderam hoje o atendimento a pacientes sintomáticos ou confirmados com coronavírus devido à lotação dos leitos oferecidos. Os hospitais de campanha foram encerrados e muitos não possuem mais leitos devidamente separados para pacientes de COVID.

O entrevistado desta quarta-feira (23) da rádio Teresina FM é o infectologista Herion Alves, médico intensivista que atua nas duas Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) de Teresina. Ele afirma que o Piauí já está na segunda onda da pandemia de COVID-19, visível pelo aumento considerável no número de casos, principalmente de casos graves e oriundos de cidades do interior.

“Esse aumento já era esperado – visto que muitos lugares já apresentaram uma segunda onda do vírus – mas, no contexto brasileiro, coincide com o recente período de eleições e afrouxamento das leis de funcionamento de estabelecimentos públicos”, acrescenta Herion.

Hospitais particulares de Teresina tem leitos lotados. (Foto: Divulgação/Governo do Piauí)

Segundo a OMS, cerca de 162 vacinas contra o COVID-19 diferentes estão sendo produzidas, 53 já passaram da fase de testes, 13 estão em fase avançada, sendo encaminhadas para a produção, e 5 já estão sendo distribuídas. O mundo inteiro corre atrás da vacina. No Brasil, alguns estados já estão recebendo doses e o Piauí deve começar a vacinar profissionais de saúde e pessoas acima de 75 anos a partir do dia 21 de janeiro de 2020, segundo a Secretaria de Saúde do Estado.

Vacina chega ao Piauí a partir de 21 de janeiro. (Foto: Divulgação/Governo Federal)

Nenhuma das vacinas desenvolvidas até o presente momento tem 100% de eficácia comprovada, segundo a OMS. Aliado ao espalhamento de fake news, isto pode causar dúvidas e descrenças por parte da população, o que foi evidenciado através de perguntas de ouvintes ao médico entrevistado, dentre elas: “É verdade que quem já foi infectado não pode tomar a vacina pois terá efeitos colaterais?” e “qual vacina você tomaria?”.

Em resposta, Herion Alves esclarece que independentemente de quem foi infectado ou não, o ideal é que todos sejam vacinados, o risco de efeitos colaterais não tem relação com o contato prévio com o vírus; e que tomará a primeira vacina que for distribuída, uma vez que as vacinas aprovadas passam por rigorosos testes de qualidade e segurança. Esclarece também que todos que já foram infectados estão suscetíveis a uma reinfecção devido à capacidade de mutação genética do coronavírus, ou seja, se alguém que já teve a doença entrar em contato com uma cepa diferente do vírus, poderá ser reinfectado.

É importante manter os cuidados no Natal e Ano Novo. (Foto: Reprodução/BBC)

No atual período de festividades, é comum que famílias e amigos se reúnam para a ceia de Natal e a virada do ano, mas a Organização Mundial de Saúde afirma que os cuidados devem ser tomados rigorosamente, sendo eles: reunir no máximo 10 pessoas, evitar pessoas de convívios diferentes, respeitar o distanciamento, usar álcool em gel, tirar a máscara apenas no momento da refeição, preferência por ambientes abertos e evitar muito som para que as pessoas não precisem falar alto, o que facilita a proliferação do vírus.

Mesmo após a vacina, os cuidados deverão ser mantidos até que pelo menos 70% da população seja vacinada. É previsto que demore cerca de um ano para obter um resultado definitivo da vacina.

 

Por: João Pedro Bezerra

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