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Insegurança: Teresina surge em rankings de cidades mais violentas do Brasil e do mundo

Enquanto moradores reclamam da insegurança, cientista social atribui índices de criminalidade à ausência do poder público

Publicado por: FM No Tempo 16/08/2022, 13:51

Matéria de Rodrigo Carvalho

Agência Nordestina de Notícias (ANN)

Que presente o teresinense gostaria de receber no aniversário de Teresina? A reportagem da Teresina FM foi às ruas fazer essa pergunta e verificou que, entre as respostas mais frequentes, a segurança aparece como a maior prioridade dos moradores.

Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em julho deste ano, revelam que Teresina é a quarta capital no ranking de mortes violentas no país. Do mesmo modo, a ONG mexicana Conselho Cidadão para Segurança Pública e Justiça Penal apontou a cidade na lista das 50 mais violentas do mundo.

Violência na capital causa medo e insatisfação entre os teresinenses (Foto: Agência Brasil)

O técnico de enfermagem Cláudio Santana traduz, em suas palavras, o sentimento de insegurança nutrido pelo teresinense. “Queremos uma segurança de qualidade, que nos possibilite estarmos nos locais públicos sem medo de sermos assaltados e perdermos nossos bens a qualquer momento”, desabafa.

A estudante universitária Sueli Rocha fala da tristeza que sente em viver em uma cidade com índices de violência tão altos. “A expectativa era de uma gestão mais comprometida com a segurança, mas Teresina está mais perigosa que São Paulo e Rio de Janeiro. É uma situação alarmante”, ressalta.

Para o cientista social Marcondes Brito, o fenômeno do aumento da violência em Teresina se deve, principalmente, à enorme desigualdade social da capital.

“A desigualdade estimula a violência, embora não a explique por si só. Temos cem bairros e quase 300 vilas surgidas das formas que são possíveis, espaços de ocupação urbana sem água, sem luz, sem assistência. Um conjunto de ilegalidades passa a pautar a organização desses lugares, nos quais proliferam grupos para defender as comunidades ou vender drogas”, explica.

Especialista aponta que policiamento é a medida mais drástica (Foto: Divulgação/PM-PI)

Em relação ao avanço de facções criminosas, o especialista em segurança pública afirma que falta um combate efetivo por parte do poder público.

“Se o poder público demora a chegar, outros grupos ocupam seu lugar. Teresina tem problemas com gangues há mais de 40 anos, e isso nunca demandou uma resposta dos governantes. A cidade já contou, inclusive, com gangues de jovens da classe média, e o Estado jamais propôs uma política de resolução”, critica.

O enfrentamento à violência necessita, destaca Marcondes, de um plano de segurança municipal que contemple não apenas o reforço no policiamento, mas também atue diretamente na causa do problema.

“Precisamos entender a questão básica: segurança pública não é só polícia. Quando os policiais atuam é porque todas as outras questões já gangrenaram. Quanto mais se recorre às polícias, mais fica claro que as outras atividades faliram ou sequer foram empregadas”, completa.

Confira a reportagem no Jornal da Teresina 1ª Edição desta terça-feira (16):

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