Débito milionário com a Fundação Municipal de Saúde leva Ministério Público a solicitar inquérito policial
A Polícia Civil do Piauí, por meio do Departamento de Combate à Corrupção, abriu uma investigação para apurar um escândalo financeiro envolvendo a Associação Piauiense de Combate ao Câncer – Hospital São Marcos. A denúncia gira em torno de um débito de R$ 56,6 milhões do hospital com a Fundação Municipal de Saúde (FMS).
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O inquérito foi instaurado em 29 de outubro de 2023 pelo delegado Francisco Dennis Lustosa Sampaio, após solicitação do Ministério Público do Estado do Piauí. O pedido partiu do promotor José Eduardo Carvalho Araújo, da 53ª Promotoria de Justiça de Teresina, com base em uma denúncia formalizada pela própria FMS.
A Fundação Municipal de Saúde identificou o débito durante uma auditoria interna realizada para verificar possíveis reduções indevidas nos valores destinados à média e alta complexidade do atendimento hospitalar. Segundo a FMS, a irregularidade decorreu de empréstimos contratados pelo Hospital São Marcos entre 2016 e 2024.
Os financiamentos, obtidos junto à Caixa Econômica Federal e ao Bradesco, somam R$ 123 milhões e foram garantidos com os repasses do Fundo Nacional de Saúde (FNS) ao Fundo Municipal de Saúde. No entanto, a auditoria constatou que, embora o FNS tenha descontado regularmente as parcelas dos empréstimos nos repasses ao município, a FMS deixou de aplicar esses descontos ao hospital, resultando no acúmulo da dívida.
No ofício enviado ao Ministério Público, o então presidente da FMS, Ítalo Costa Sales, afirmou que a direção do hospital foi notificada sobre o débito, mas não quitou a dívida. Com os juros, o montante atualizado chega a R$ 56,6 milhões.
Diante da gravidade da situação, o Ministério Público solicitou a abertura da investigação policial, que agora busca esclarecer eventuais responsabilidades e o destino dos recursos financeiros envolvidos.