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Economia

Auditor destaca ausência de ganho real no salário mínimo: “Não compra duas cestas básicas”

Segundo Willame Mazza, pandemia e política econômica do governo federal têm prejudicado os trabalhadores formais

Publicado por: FM No Tempo 02/02/2022, 09:10

O salário mínimo, após medida provisória assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) no fim do ano passado, sofreu um aumento de 10,18% e passou de R$ 1.100 para R$ 1.212. No entanto, de acordo com boletim divulgado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em janeiro, os trabalhadores formais completaram três anos sem ganho real, ou seja, quando o salário não supera a inflação.

De acordo com o auditor fiscal Willame Mazza, reajustes no salário mínimo ocorrem todos os anos, mas as mudanças não compensam os valores inflacionados. “O aumento de 49% nos alimentos em geral, por exemplo, não se deu somente em função da pandemia, mas também da política econômica adotada pelo governo federal”, apontou em entrevista ao JT1 da Teresina FM nesta quarta-feira (2).

Foto: Teresina FM

Ainda segundo o entrevistado, desde 2005 não há um reajuste devido: se houvesse uma atualização, o salário mínimo deveria aumentar cinco vezes, alcançando o valor de R$ 5.304,00. Na realidade, porém, o Brasil possui uma das menores remunerações do mundo, duas vezes menor que a dos vizinhos Argentina e Chile.

“O salário mínimo atual não compra duas cestas básicas (R$ 700 cada para uma família de quatro pessoas). Brasília mudou, de forma equivocada, a política de valorização do salário em 2019: antes deveria compensar a inflação e o Produto Interno Bruto (PIB); hoje precisa apenas acompanhar a inflação, e o crescimento econômico fica de lado. Essa alteração tem prejudicado o trabalhador”, explicou.

Mazza salientou que, embora seja alta, a tributação brasileira se manteve constante nos últimos anos. O preço cada vez maior dos produtos, fez questão de ressaltar, tem a ver com a inflação elevada e a uma política econômica restritiva, de corte de gastos, que não valoriza a agricultura familiar e devolveu o país ao mapa da fome, com 20 milhões de pessoas (10% da população) na extrema pobreza.

“Muitos empresários pensam que os custos do trabalho não trazem benefícios ao desenvolvimento da empresa. No entanto, não é a legislação trabalhista que atrapalha, mas a falta de um ambiente de incentivo aos clientes para consumirem os serviços. O que vem aparecendo são empregos precários e informais, com remunerações baixas e ausência de garantias, diminuindo assim a renda média”, concluiu.

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