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Centro Esperança Garcia atendeu 280 mulheres em situação de violência em 2021, afirma psicóloga

Representante do Creg destaca importância do local no combate ao feminicídio no Piauí, que registra números alarmantes

Publicado por: FM No Tempo 04/02/2022, 09:18

O Centro de Referência Esperança Garcia (Creg) atendeu, apenas no ano passado, 280 mulheres em situação de violência em Teresina. O local, vinculado à Secretaria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres (SMPM), recebe exclusivamente mulheres adultas, entre 18 e 59 anos, e oferece apoio psicológico, social e jurídico, bem como práticas integradas de saúde para este público.

Outro dado ilustra a crítica situação do gênero feminino no Piauí: segundo levantamento divulgado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) em 2020, as mortes de mulheres cresceram mais de 50% no mesmo período. Para a psicóloga Tanandra Borges, integrante do Creg, esse aumento no número de feminicídios não se deve somente à pandemia do novo coronavírus.

Tanandra Borges, psicóloga, foi a entrevistada do JT1 (Foto: Teresina FM)

“A violência em geral cresceu em níveis assustadores no país nos últimos dois anos, conforme nos mostra o Atlas da Violência. Em nossa atuação na capital, temos verificado que os ex-companheiros são os que mais agridem, em todos os sentidos, as mulheres teresinenses”, afirmou em entrevista ao JT1 da Teresina FM nesta sexta-feira (4).

Tanandra apontou que 70% a 80% das vítimas de violência doméstica apresentam problemas psicológicos, tais como depressão, ansiedade e transtornos alimentares, bem como possuem um medo constante da morte, que ao final as leva a pedir socorro. Frisou ainda que, desde 2015, nenhuma mulher atendida pelo Creg sofreu feminicídio.

“Não é necessário fazer agendamento, basta se dirigir ao centro. A princípio, a mulher não precisa denunciar o agressor; as medidas necessárias (inclusive protetivas) serão adotadas após conversa com nossos profissionais”, explicou a psicóloga.

Ao analisar o perfil dos agressores, a entrevistada elencou características comuns a todos, reforçadas pelo machismo estrutural: homens que objetificam as mulheres, tratam-nas como submissas, têm um sentimento de posse em relação a elas, exigem que façam o que eles desejam, consumem álcool e outras drogas de forma abusiva e não raro possuem transtornos psiquiátricos.

Profissional realiza atendimento a mulher no Creg (Foto: Divulgação/PMT)

Nesse sentido, a representante do Creg chamou atenção para outro tipo de violência, a psicológica, tipificada tanto no Código Penal quanto na Lei Maria da Penha. Em geral, o agressor controla as ações da vítima, proíbe convivência com amigos e familiares, controla acesso a celular e redes sociais, diminui a autoestima da companheira com frequência e justifica essas atitudes como “atos de amor”.

Por fim, Tanandra salientou a importância de mulheres vítimas de abuso conversarem com profissionais e também com pessoas confiáveis. “Às vezes, só enxergamos nossa situação quando outros nos fazem um alerta. O caminho para sair de relacionamentos tóxicos é tortuoso; para trilhá-lo, é necessário fortalecimento emocional e um profundo resgate da autoestima”, completou.

O Centro de Referência Esperança Garcia está localizado na Rua Benjamin Constant, 2170, Centro de Teresina, e funciona de segunda à sexta das 8h às 17h. Em caso de violência, ligue para (86) 3323-3798 ou (86) 99416-9451 ou disque 180 para a Central de Atendimento à Mulher.

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