Escolas do estado devem retornar com às aulas me março e professores do município deflagram greve.
Matéria de Eduardo Costa
O início do ano letivo para os estudantes dos ensinos infantil, fundamental e médio no Piauí, tem sido um tema de muita polêmica. Com o retorno das aulas presenciais na rede particular de ensino, o governo do estado e a prefeitura de Teresina adiaram o retorno das aulas presenciais alegando os altos índices de contaminação da covid-19 nas últimas semanas.
Em Teresina, o retorno das aulas presenciais foi suspenso por 15 dias através de decreto. Segundo o documento, após o termino deste período, uma nova avaliação será realizada levando em consideração os índices de contaminação e a ocupação dos leitos de UTI na cidade, podendo retornar as atividades presenciais ou prorrogar o adiamento por mais 15 dias.
Foto: divulgação Semec
O impasse aumenta ainda mais com o anuncio da greve dos professores do município. A categoria decidiu em assembleia na manhã desta segunda-feira (7), paralisar as atividades. A greve tem como objetivo cobrar que o reajuste de 33,23% no piso salarial dos professores seja efetivado.
Na rede estadual de ensino, o retorno das aulas presenciais também foram adiadas. O Governo do Estado decidiu suspender as aulas presenciais até o dia 3 de março. Segundo o secretário de Educação, Ellen Gera, a decisão foi tomada levando em conta as recomendações do Comitê de Operações Emergenciais (COE), que aponta a previsão de um pico de casos de Covid-19 nos dias 21, 22 e 23.
“Fizemos um trabalho de preparação desse ano letivo olhando para a aula presencial, com a expectativa de que fosse possível iniciar no dia 7 de fevereiro. Agora nos deparamos com um relatório do COE, com evidências cientificas que apontam que de 21 a 23 desse mês, o Piauí deve atingir o pico de transmissibilidade e dos indicadores relativos a Covid. Então é muito importante nesse momento, nos prepararmos e reduzirmos o contágio e as aglomerações. Como o contingente educacional da rede estadual é de mais de 200 mil pessoas entre estudantes e profissionais, nós estamos adotando essa medida, seguindo o COE, de postergarmos o inicio das aulas na rede estadual de educação para o dia 3 de março”, disse Ellen Gera.
O decreto do governo do estado também recomenda a suspensão das aulas presenciais nas escolas particulares. Através de nota, o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado do Piauí (SINEPE), informou que segue com o posicionamento de continuidade das atividades na modalidade presencial. Ainda de acordo com o SINEPE, as instituições de ensino do Piauí se estruturaram para atender todas as recomendações necessárias para o retorno das atividades, não podendo retroceder com a suspenção das aulas presenciais.
A corretora Zaira Martins é mãe de duas meninas, uma de 7 anos matriculada em uma escola da rede privada, e outra de 5 anos matriculada em uma escola da rede municipal de ensino. Ela discorda do adiamento das aulas presenciais e acredita que o desenvolvimento educacional de sua filha mais nova fica prejudicado com as aulas remotas.
“Acredito que se faz necessário às aulas presenciais, pois há dois anos nossas crianças são prejudicadas. O desenvolvimento de uma aula online para uma presencial é totalmente diferente. Eu tenho duas filhas, uma terá as suas aulas preseniciais na escola particular, enquanto a outra vai ter que esperar mais 15 dias, e ainda com o risco de não retornar. Isso pode acabar prejudicando o desenvolvimento e o ritmo de estudo da minha filha mais nova, e eu como mãe não quero que isso aconteça”, relatou.
Professor das redes municipal e estadual de ensino, Joaquim Monteiro acredita que a decisão de adiar o retorno das aulas presenciais se torna acertada a partir do momento em que as escolas não possuem condições adequadas para obedecerem as recomendações sanitárias para prevenção do novo coronavírus.
Foto: Divulgação/CEE
“Sobre o retorno das aulas de um modo geral, nós estamos em pleno pico da pandemia. E por termos algumas pessoas não vacinadas, a vacinação de crianças começando agora, corre-se um risco de que elas sejam contaminadas. Na condições em que as escolas se encontram, um retorno na modalidade presencial não é interessante, pois vai faltar condições adequadas para a execução das medidas sanitárias. Até as escolas particulares, acredito que somente às grandes conseguirão manter os protocolos para evitar a proliferação do vírus”, apontou o professor.