Sistema contava com 17 veículos antes da pandemia; atualmente dispõe de apenas cinco para atender dois mil usuários
O sistema do Transporte Eficiente de Teresina, que auxilia a locomoção de pessoas com deficiência há duas décadas, tem sofrido sucessivos baques nos últimos anos. Antes da pandemia, contava com 17 veículos; a frota foi reduzida pela metade, por parte da Superintendência Municipal de Transportes (Strans), durante a crise sanitária.
Agora, com o aumento da demanda, a oferta não é suficiente. Desde terça-feira (22), o número de veículos disponível diminuiu para apenas cinco, dificultando o atendimento ao público em questão.
Foto: Teresina FM
“Cada zona da capital deveria ter no mínimo três veículos, totalizando 15, dois a menos em comparação ao período pré-pandêmico. Mas a empresa Santa Cruz, responsável pelas vans, alega que o último repasse da Strans foi feito em dezembro e, por essa razão, os motoristas não estão recebendo salário”, explicou Wilson Gomes, presidente da Associação dos Cadeirantes de Teresina (Ascamte), ao JT1 da Teresina FM.
Segundo Gomes, a empresa afirmou ainda que a Prefeitura Municipal resolveu abastecer os veículos do Transporte Eficiente, uma vez que a empresa não dispunha de orçamento para combustível. Entretanto, os próprios motoristas optaram por um atendimento prioritário devido ao atraso em suas remunerações.
“Eles são obrigados a escolher quem vai e quem fica, pois não cabem todos dentro do veículo. São mais de dois mil cadeirantes registrados no sistema, e constantemente recebemos denúncias de superlotação nas vans“, revelou.
Foto: Divulgação/PMT
Diante desse cenário, a Santa Cruz informou que pode ou não funcionar no sábado (26), não funcionará no domingo (27) e adotará o sistema prioritário na segunda-feira (28).
O entrevistado acrescentou que os integrantes da Ascamte serão recebidos pelo prefeito Doutor Pessoa (MDB) no próximo 4 de abril a fim de discutirem soluções para a crise em curso. “Precisamos restaurar os objetivos originais do Transporte Eficiente: oferecer acesso a saúde, educação, trabalho e lazer à população com deficiência”, concluiu.