Empresários oferecem salários previstos na convenção coletiva, mas querem que motoristas exerçam dupla função
O Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários (Sintetro), durante assembleia geral realizada na tarde desta sexta-feira (8), aceitou parcialmente uma proposta econômica apresentada pelo Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos (Setut), mas manteve por ora a greve do transporte público em Teresina.
Os empresários ofereceram as seguintes condições: salários de R$ 2 mil aos motoristas e R$ 1,2 mil aos cobradores, como previstos na convenção coletiva, além de tíquete-alimentação de R$ 150 e auxílio saúde de R$ 50.
Em relação aos ônibus, o Setut propôs que 20% dos veículos retornassem às ruas da capital com somente os motoristas, que exerceriam também a função de cobrador, enquanto o restante (80%) contaria com ambos os profissionais.
A primeira oferta foi acatada pelo Sintetro, embora o valor dos benefícios tenha sido contestado. No entanto, a segunda foi rejeitada, uma vez que a entidade sindical entende que os cobradores são essenciais para o sistema e muitos ficariam sem emprego.
Dessa forma, os trabalhadores do transporte coletivo decidiram permanecer em greve até uma nova proposta por parte das empresas.
Motoristas e cobradores de ônibus, liderados pelo Sintetro, deflagraram nova greve do transporte público em Teresina no dia 21 de março.
Segundo Antônio Cardoso, presidente do sindicato, a principal reivindicação da categoria é a assinatura da convenção coletiva, cobrada desde 2020. O documento prevê garantias como tíquete-alimentação e plano de saúde, além de definir salários de R$ 2 mil para motoristas e R$ 1,2 mil para cobradores.
O Setut, por sua vez, cobra da gestão municipal a quantia de R$ 71,9 milhões referente a subsídios como gratuidades e descontos ofertados aos estudantes. A dívida seria condizente ao período que vai de janeiro de 2021 a fevereiro deste ano.
Em assembleia ocorrida em 30 de março, os trabalhadores rodoviários decidiram recusar a proposta, feita pela Prefeitura de Teresina, de destinar R$ 300 mil para sanar as dívidas com a categoria. Dessa forma, a greve está mantida por tempo indeterminado.