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A insensibilidade humana

29 de abril de 2019

Como crer num gestor público que não se sensibiliza com o drama humano?

Como aceitar e acreditar num gestor público que não se comove diante de pessoas carentes implorando para não morrer?

Como compreender um gestor da coisa pública que se mantém em silêncio diante de apelos dramáticos de uma pessoa que implora para viver e nada faz?

Sinceramente, uma pessoa pública que age assim não tem condições e muito menos moral de cobrar respeito a ninguém.

Refiro-me aqui ao caso do nosso ouvinte Mauro, um insulino dependente que há anos depende dos medicamentos distribuídos pelo governo para continuar tocando a vida.

O Mauro, que sempre pede ajuda através da Teresina FM, consegue sensibilizar o Brasil inteiro com seus apelos pelo direito de viver. Só não consegue sensibilizar os insensíveis gestores da saúde em Teresina.

Nosso ouvinte Mauro não é o único nessa história. Ele é apenas um de milhares de pessoas que padecem da mesma situação no Piauí; ele é apenas um a enfrentar mês a mês a humilhação do poder, a humilhação dos que se acham a própria arrogância, daqueles que se acham insubstituíveis e imortais.

Lamentavelmente vivemos sob o jugo desse tipo de gente no Piauí de hoje.

Fernando Pessoa, o grande poeta e filósofo português, disse certa vez que  o mundo é de quem não sente. A condição essencial para se tornar um homem prático é a ausência de sensibilidade.

Vivo hoje, poderíamos dizer que Fernando Pessoa inspirou-se nos exemplos do Piauí recente.

Chegamos, infelizmente, ao mais alto grau de indiferença para com o próximo. Fechamos o  coração para as necessidades de nossos irmãos, muitos deles tão carentes de tudo, inclusive de afeto.

Quando uma pessoa perde a sensibilidade do coração, é terrível, porque ela já não faz mais distinção do que é certo e errado.

Como disse o padre e jornalista Roger Araújo, temos razão e lógica, mas a nossa vida não é só isso, ela é também sensibilidade humana.

Precisamos recuperar nossa sensibilidade emocional, precisamos recuperar aquela sensibilidade que nos torna capaz de sentir empatia e assimilar sentimentos.

Os gestores do Piauí, principalmente os da área de saúde pública, precisam aprender isso.

Precisam aceitar e compreender que são responsáveis por vidas humanas.

Precisam entender que esta omissão covarde e irresponsável, pode, de uma hora para outra, levar pais e mães de família à morte inapelável.

Precisam entender que quando nada mais nos assusta ou nos incomoda; quando nossos olhos já não têm mais a sensibilidade do discernimento e o banal se torna normal, não é o mundo que está perdido, somos nós que nos perdemos no mundo.

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