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A justiça

30 de abril de 2019

 

Não é de hoje que se questiona a justiça e seus atos. No Brasil pode até parecer coisa nova, mas  no mundo, na história universal,  não é.

Sêneca, um dos mais célebres advogados do Império Romano, por exemplo, já questionava a justiça, em suas ‘Cartas a Lucílio’.

Quero que me ensinem o valor sagrado da justiça — da justiça que apenas tem em vista o bem dos outros, e para si mesma nada reclama senão o direito de ser posta em prática.

A justiça – dizia ele – nada tem a ver com a ambição ou a cobiça da fama, apenas pretende merecer aos seus próprios olhos.

Acima de tudo, cada um de nós deve convencer-se de que temos de ser justos sem buscar recompensa.

Mais ainda: cada um de nós deve convencer-se de que por esta inestimável virtude devemos estar prontos a arriscar a vida, abstendo-nos o mais possível de quaisquer considerações de comodidade pessoal.

Não há que pensar qual virá a ser o prêmio de um ato justo; o maior prémio está no fato de ele ser praticado. Não interessa para nada saber quantas pessoas estão a par do teu espírito de justiça.

Fazer publicidade da nossa virtude significa que nos preocupamos com a fama, e não com a virtude em si.

O francês Albert Camus, em “O Mito de Sísifo” coloca que liberdade absoluta mete a justiça a ridículo.

A justiça absoluta nega a liberdade.

Para serem fecundas, as duas noções devem descobrir os seus limites uma dentro da outra. Nenhum homem considera livre a sua condição se ela não for ao mesmo tempo justa, nem justa se não for livre.

Precisamente, não pode conceber-se a liberdade sem o poder de clarificar o justo e o injusto, de reivindicar todo o ser em nome de uma parcela de ser que se recusa a extinguir-se.

Finalmente, tem de haver uma justiça, embora bem diferente, para se restaurar a liberdade, único valor imperecível da história.

Os homens só morrem bem quando o fizeram pela liberdade: pois, nessa altura, não acreditavam que morressem por completo.

Justiça é consciência, não uma consciência pessoal mas a consciência de toda a humanidade.

Aqueles que reconhecem claramente a voz de suas próprias consciências normalmente reconhecem também a voz da justiça.

E o juiz, como dizia Platão, não é nomeado para fazer favores com a justiça, mas para julgar segundo as leis.

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