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De volta às capitanias hereditárias

6 de maio de 2019

O anúncio do secretariado do governador Wellington Dias, talvez por conta das idas e vindas e do disse-me-disse que invadiu o estado, acabou por atrair a atenção de muitos.

O vai e vem das especulações com certeza causou angústia em muitos, principalmente nos que se achavam no direito de ser um dos secretários, espécie de casta de privilegiados do estado.

Mas o vai e vem das datas para o anúncio oficial da nova equipe serviu para mostrar claramente a nova face do Piauí.

O Piauí, a terra do sol do Equador, a terra que deposita sua esperança no verde das matas e num sol de imortal claridade, como cantou Da Costa e Silva, é também, por mais incrível que possa parecer, uma capitania hereditária. E como capitania hereditária vai passando de pai para filhos.

O Estado do Piauí tem donos.

Observem as mudanças no secretariado do governador Wellington Dias e vejam a quantidade de filhos, de irmãos e de parentes que estão chegando ao olimpo, a morada dos deuses na mitologia grega.

Sem dúvida o Piauí voltou à condição de capitania hereditária.

É impressionante o sistema de avaliação da capacidade técnica dos ungidos ao centro do poder.

A primeira avaliação exige de pronto o nome do pai ou da mãe. Essa é a questão mais importante entre todas elas.

O nome dos pais vai definir o cargo do indicado, sem a necessidade de uma avaliação do perfil técnico do gestor que se está escolhendo. Os filhos e parentes de quem tem mandato levam uma vantagem imensa sobre os pobres mortais que também aspiram um lugar ao sol.

Parlamentares que deixam o governo, por uma razão ou outra – e isso também não vem ao caso – saem sabendo que serão sucedidos pelo filho, pelo irmão, pela mulher, pelo primo… E aquele secretariado  que era para ser a nova cara do governo, pode até ser novo, mas é um novo de cara envelhecida e de ideias pobres.  

A sucessão dentro de famílias que há décadas estão no poder soa de forma ridícula nos tempos de hoje; esse tipo de substituição promove o descrédito em meio a população que esperava alguma coisas de bom e agora entra em profunda fase de desânimo diante de tudo o que esta assistindo.

O governador Wellington Dias, infelizmente, volta a decepcionar, e decepciona exatamente no dia seguinte a promessa de que agora sim iria ser efetivamente o governador do Piauí e que no seu quarto mandato iria deixar registrada uma marca de competência.

Para quem quer elevar o Piauí à condição de estado em grande estágio de desenvolvimento num curto espaço de três anos, o começo não foi nada animador.

Henry Ford, o lendário industrial americano, dizia que o insucesso é apenas uma oportunidade para recomeçar com mais inteligência.

Infelizmente o governador não aprendeu essa lição.

Pobre Piauí.

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