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O Dia dos Namorados

12 de junho de 2019

Estamos hoje, em plena quarta-feira, a comemorar o Dia dos Namorados.

Pode até parecer estranho uma data tão especial ser comemorada no meio da semana. Mas, como todos sabem, não há dia especifico para se festejar o amor. Festejar o amor, afinal, dever ser tarefa diária de cada um de nós.

Artur da Távola, famoso jornalista e advogado carioca, morto em 2008, dizia que o ser humano só valoriza o amor quando há perda ou risco de perda… Quase nunca durante sua encantatória vigência.

Descobrir que amar é também saber amar e transformar a vigência do amor em vivência de amor, em algo bom, pelo gosto de viver e não pelo medo de perder.

Amar é fazer um pacto de felicidade e não de dor.

Diz Artur da Távola que quem não tem namorado é alguém que tirou férias não remuneradas de si mesmo.

Namorado é a mais difícil das conquistas.

Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia.

Paquera, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão, é fácil.

Mas namorada, mesmo, é muito difícil. Namorada não precisa ser a mais bonita, mas ser aquela a quem se quer proteger.

Namorada é aquelas que quando se chega ao lado dela a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção.

A proteção não precisa ser parruda, decidida ou bandoleira. Basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.

Quem não tem namorado ou namorada é quem não tem amor, é quem não sabe o gosto de namorar.

Não tem namorado quem não sabe o gosto de chuva, cinema sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho.

Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria.

Não tem namorado quem faz pacto de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.

Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas; de carinho escondido na hora em que passa o filme; de flor catada no muro e entregue de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre meia rasgada; de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.

Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, de tirar um cochilo abraçado, fazer compra junto.

Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor.

Não tem namorado quem não redescobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira – d’água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.

Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos; quem gosta sem curtir; quem curte sem aprofundar.

Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada, ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.

Não tem namorado quem ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.

Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz.

Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.

Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve, aquela de chita e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim.

Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteria.

Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido.

Artur da Távola era o pseudônimo de Paulo Alberto Monteiro de Barros. foi um advogado, jornalista, radialista, escritor, professor e político brasileiro que nos deixou de presente este texto maravilhoso. Feliz Dia dos namorados!

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