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A morte

9 de junho de 2020

Impossível não falar em vírus nos tempos que estamos vivendo.

Impossível também não falar em morte. Aliás, a morte ganhou uma dimensão tal nestes tempos de coronavirus, que se tornou uma espécie de amiga mais velha de cada um de nós.

Uma amiga traiçoeira, na verdade. Vive a nos espreitar.

A morte é ainda assunto tabu, um assunto recalcado e silenciado.

Às vezes escolhemos viver como se a morte não existisse.

Na sociedade atual a morte é banalizada com as guerras, calamidades, eutanásia, aborto, acidentes, pandemias…

A realidade é que a morte faz parte da vida.

A morte é – no entendimento de muitos – o fim do curso vital, é uma invenção da própria vida em sua evolução.

Morrer é uma experiência profundamente humana.

Como disse Santa Teresinha, a pessoa não morre, entra na vida.

A morte não é apenas um fim, ela é também – e principalmente – um começo.

É o início do dia sem ocaso, da eternidade, da plenitude da vida.

A vida é imortal, espiritualmente falando. Sem fé, porém, a morte é um absurdo, é um inimigo, uma derrota;

Sem fé a morte é uma humilhação, uma tragédia, um vazio.

Na fé, a morte é irmã, é condição para mais vida, é coroamento e consumação;

Por fim, a morte tem um valor educativo: ensina o desapego da propriedade privada, iguala e nivela todas as classes sociais, relativiza a ambição e a ganância, ensina a fraternidade universal na fragilidade da vida.

A morte convida à procriação para eternizar a vida biológica, rompe o apego a circuito fechado entre as pessoas, leva ao supremo conhecimento de si e oportuniza a decisão máxima e a opção fundamental da pessoa.

Para os que creem na eternidade, a morte é porta de entrada da vida, o acesso a uma realidade superior, a posse da plenitude.

Assim a morte é um ganho, verdadeira libertação, uma bênção que livra a vida do tédio.

Mas do ponto de vista racional ou filosófico, a morte é repugnante.

Buda disse: “O homem comum pensa com indiferença na morte de um estranho, com tristeza na morte de um parente e com horror na própria morte”.

Outro pensador disse: “Quando morre o filho ou a mulher do próximo, todos dizem: é a lei da humanidade. Mas, quando morre o próprio filho ou a própria mulher, o que se ouve são gemidos, gritos e lágrimas”.

Na poesia, no entanto, tudo se resume de maneira bem mais prática:

A morte não é nada para nós, pois, quando existimos, não existe a morte.

E quando existe a morte, não existimos mais.

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