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O Governo começou

13 de maio de 2019

E já começa com um considerável atraso, sem justificativas críveis. Para formar este governo, o eleito para um quarto mandato levou seis meses de reflexões e diálogos. Depois de todo esse tempo, fez a pior opção para o Estado e a melhor para ele, particularmente: uma equipe de auxiliares que sendo bem condescendente, pode ser chamada de a grande família, onde políticos de raiz, pais e filhos, irmãos e primos e outros tipos de parentes prevaleceram. Infelizmente tem sido assim. A força do velho QI que tanta alegria fez na política passada continuará na política presente. Queira Deus não persista no futuro.

O critério fundamental para uma boa equipe é a compatibilidade entre perfil e função. Isto não foi considerado, salvo honrosas exceções. Não é tese ou conselho. É fato.
Compartilhar o poder com aliados da eleição não é feio nem é crime. Feio mesmo é deixar em plano secundário os reais interesses do Piauí e de sua população na escolha de pessoas que já não tem nada a apresentar ou melhorar – tornaram-se velhos conhecidos, a repetir conceitos, métodos e objetivos cujo foco é a luz do próprio umbigo.
Um governo pode e deve ser feito com a ajuda de aliados cuja competência para a função escolhida não se duvide. Aliados e leais companheiros com identidade de ideais e propósitos. Mas onde o quem indica não seja o princípio, o meio e o fim. Quando antes tanto já se falou sobre capitanias hereditárias como um mal de gestão, no Piauí parece ser essa a condição fundamental para exercício do Poder.

Até parece que o injustificável adiamento do início do trabalho tem como verdadeira motivação fazer um caixa irracional, deixando que os serviços essenciais a serem prestados à população se esfacelem rapidamente, em nome tão somente do pagamento da folha de salários e levando ao sacrifício tudo o mais.
Que o governo tenha tornado-se uma mera ficção de gosto duvidoso não tem quem não tenha percebido. Agora, nada fazer, nada tentar, fazer de conta que tudo está andando às mil maravilhas e que tudo o mais pode esperar, é patológico. Só pode!

Com a equipe nomeada, foi realizada uma reunião geral dos auxiliares com o Governador. Para quê? Para que fossem informados das promessas feitas na eleição de 2018 ( como se os que estão aí não soubessem que nada houve); para que tenham como instrumento de trabalho o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano – que se pretende atingir, de alto desenvolvimento. Porque compromissos sérios e específicos, esses não precisam de discussão, aprofundamento e orientação.
O que se pode deduzir com facilidade é que Sua Excelência apontou o rumo de onde quer chegar, mas preferiu deixar a escolha do caminho e dos obstáculos a vencer para cada membro da equipe, que deverá atuar de forma integrada.

O discurso genérico e balofo encontrará naqueles de boa vontade e desejo de trabalho a busca de reflexão, informação e estudo. Tentarão buscar um caminho, ou vários para atender à orientação. Nos demais, terá entrado por um ouvido saído pelo outro.

Nos primeiros, após consultar o orçamento previsto para suas pastas no ano de 2019, assaltará a velha dúvida: de onde virão os recursos para fazer o custeio adequado do órgão ( a famosa cota) e os investimentos que forem eleitos, mas estão sem o financeiro disponível. Nos demais, ficará somente a interrogação de quanto vão conseguir liberar para gastar( livremente), já que é voz geral que orçamento é pra ser descumprido, mesmo.

Bom lembrar que ante a crônica necessidade de recursos de tudo e para tudo, Sua Excelência conta com a capacidade da equipe em ir garimpar verbas em Brasília e trazê-las livres e desimpedidas para o Tesouro Estadual. Em cada membro, um negociador hábil e preparado para articulações e oferta de alternativas, circunstância que confirmará ou não sua capacidade de gestão.

Brasília, envolta em crises intermináveis e clima pesado, sob forte nevoeiro oferecerá à legião piauiense de negociadores, café quente, água gelada, ar condicionado perfeito e chá de cadeira.Em grandes quantidades. Resposta na ponta da língua: vamos ver como é que fica; volte daqui a trinta dias.

Na primeira audiência conseguida pelo escolhido auxiliar, em particular, ouvirá do governante que deverá estreitar relações com o Secretário Estadual de Fazenda e prever as programações de desembolso, as já famosas PD’s. Deste ouvirá o rosário de penúrias por que passa o cofre. Vazio ou quase, o dinheiro fica contado que nem dinheiro de cego, de lá só saindo sob expressa autorização e severa vigilância. Manja, tudo politicamente falando.

Desanimados, aqueles que querem dar o suor do trabalho por alguma realização irão buscar conforto nos seus esteios políticos e ouvirão a recomendação óbvia: te segura aí, as coisas vão melhorar. Enquanto isso, vai pendurando dívidas, mas faz devagar para não chamar atenção nem assustar, porque já-já será pedido um relatório dos primeiros dias de atividades.

Tudo isso está mais do que previsto. É fava contada. O tempo vai passar e caso não entre dinheiro novo de alguma maneira, irá repetir-se ao longo dos três anos. O governador, então será chamado a dar respostas em termos de resultados. Encontrará nos investimentos privados “ que estão transformando o Piauí”, através do internacionalmente copiado Programa de Parcerias Público-Privado. E no brilho do sol e na intensidade dos ventos que sopram por aqui.

Chegará a eleição de 2022: novas promessas , agora como em 2018, ancoradas nos objetivos de desenvolvimento sustentável lançados pela ONU, já que o Piauí acaba de ser consagrado como de alto desenvolvimento. E nem precisaremos olhar para os serviços essenciais de saúde, educação, segurança, assistência social e a construção de infraestruturas produtivas.O Piauí é outro.

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