O político usou o termo “bicha enrustida” para fazer referência ao magistrado
O ex-deputado federal B. Sá aproveitou entrevista em uma rádio com sede na sua cidade natal, Oeiras, para desferir forte ataque ao ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). Na oportunidade, o político piauiense se referiu ao magistrado como “bicha enrustida”.
Um vídeo com o trecho mais forte da entrevista viralizou, durante o final de semana, em grupos de WhatsApp. Parte da declaração também possui teor racista.
Ex-deputado se referiu ao ministro Barroso com termo homofóbico (Foto: Divulgação)
“Tive um colega prefeito, que já faleceu há alguns anos, e ele me dizia: ‘Doutor B. Sá, tenha medo de dois tipos de gente… De negro que estira o cabelo e de bicha enrustida. Porque esses indivíduos, doutor, quando amanhece o dia, se olham no espelho e não se aceitam, eles dizem ‘eu te odeio’… E o sujeito que não gosta de si mesmo, não gosta de ninguém!'”, disse o ex-deputado.
Visivelmente tentando defender o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), B. Sá finaliza citando nominalmente Luís Roberto Barroso. A revolta toda, o próprio ex-parlamentar deixa claro, foi por conta da CPI da Covid-19 instalada no Senado.
“Negro que estira o cabelo, que não aceita sua negritude, a sua condição de ter o cabelo daquele tipo, e aquele que é a bicha enrustida, que não se assume […] E dizem que este Luís Roberto Barroso é dessa última linha, um perigo. Resultado: ele cismou de instalar uma CPI contra o Bolsonaro. A CPI que alguns chamaram depois de circo”, completou o político.
Ministro do STF foi atacado por parlamentar piauiense em entrevista (Foto: Divulgação/PGE-RJ)
A entrevista foi concedida a Josafá Torres, da rádio Vale do Canindé, que reagiu com risos aos ataques do ex-deputado.
Natural de Oeiras, Benedito de Carvalho Sá, mais conhecido como B. Sá, foi deputado federal durante quatro mandatos. Ele também foi prefeito da cidade de Oeiras, Sul do Piauí, por duas vezes.
A reportagem da Teresina FM não conseguiu entrar em contato com o ex-deputado até o fechamento desta matéria.
No dia 08 de abril deste ano, atendendo a mandado de segurança apresentado por senadores, o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso que o Senado devia providenciar a instalação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Pandemia.
Os trabalhos da comissão foram iniciados no dia 27 de abril. No último dia 27 de outubro o relatório, contendo mais de 1000 páginas, foi apresentado.
Além de Bolsonaro, o texto pede o indiciamento de 77 pessoas e duas empresas, a Precisa Medicamentos e a VTCLog. O senadores que compõem o grupo recomendaram a investigação de Jair Bolsonaro e, consequentemente, sua responsabilização em três frentes: por crimes comuns, por crimes de responsabilidade e por crimes contra a humanidade.