Moro deixou o Podemos e abandonou sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto em 31 de março e se filiou ao União Brasil. Na ocasião, disse que estava abrindo mão da postulação temporariamente.
Em entrevista em inglês ao “Atlantic Council”, no dia 8 de abril, o ex-juiz alegou que seu nome estava à disposição do partido para concorrer à Presidência da República ou a qualquer outro cargo “que eles achem que possa funcionar”. No entanto, continuou descartando ser candidato a deputado federal, como já havia proclamado anteriormente.
Reações do União Brasil ao projeto presidencial de Moro
Após o ato da filiação de Moro, membros do União Brasil reagiram as suas manifestações de que “não desistiu de nada”, se referindo ao Planalto.
O diretório paulista do União Brasil, por sua vez, alegou que poderia impugnar sua ficha de filiação caso insista em concorrer “em um projeto nacional”. Segundo a legenda, sua entrada se deu em projeto por São Paulo, podendo concorrer à Câmara dos Deputados, Assembleia Legislativa ou Senado Federal.
Alexandre Leite, vice-presidente do União Brasil em SP, rechaça possibilidade de Moro no Senado (Foto: Wesley Amaral/Câmara dos Deputados)
“O União Brasil de São Paulo reafirma que a filiação do ex-juiz Sergio Moro se deu com a concordância de um projeto pelo estado de São Paulo, isto é, deputado estadual, deputado federal ou, eventualmente, senado. Em caso de insistência em um projeto Nacional, o partido vai impugnar a ficha de filiação de Moro”, diz a nota assinada pelo deputado federal Alexandre Leite.
O também deputado Júnior Bozzella rebateu a declaração de Leite dizendo que “nenhum membro da diretoria, isoladamente, está autorizado a falar pelo União Brasil de São Paulo”. Indica ainda que, “nos termos estatutários, as manifestações oficiais do partido devem ser colegiadas, seguir as diretrizes estatutárias e do órgão nacional”.
“A filiação de Sérgio Moro foi realizada em Brasília pelo presidente nacional, Luciano Bivar, que é a autoridade máxima do partido, até que haja uma convocação dos órgãos nacionais colegiados”, disse Bozzella. Ele afirmou ainda que “nenhum membro de São Paulo pode desautorizar o presidente nacional” e que isso é “regra básica da hierarquia partidária”.
Fonte: CNN Brasil