Candidato do PSTU a governador apontou que as chapas mais populares, no Piauí e no Brasil, defendem o “grande capital”
O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) apresentou à disputa pelo Palácio de Karnak o nome do professor Geraldo Carvalho. Essa é a sexta vez que o candidato irá concorrer a um cargo público pelo partido: já pleiteou o governo do Estado em 1998 e 2002, o Senado Federal em 2006 e 2014, e a Prefeitura de Teresina em 2008.
Na avaliação de Geraldo, o principal desafio a ser superado na conjuntura do Piauí é o avanço da fome. “Cerca de 1,5 milhão de piauienses sofrem com algum tipo de insegurança alimentar. Nosso estado produz toneladas e toneladas de soja, algodão e milho e não consegue suprir as necessidades mais básicas de seu povo”, apontou em entrevista ao JT1 da Teresina FM nesta quinta-feira (11).
Foto: Teresina FM
Em seu plano de governo, o candidato defende a implementação de um plano de obras públicas para fortalecer a rede de estradas, interligando os municípios e comunidades rurais, a construção de escolas e creches e a ampliação de postos de saúde e hospitais no interior, além de investimento maciço na agricultura familiar.
“É inaceitável que o Piauí, com o tamanho que possui, veja, sem fazer nada, sua população se deslocar de todas as zonas do estado para conseguir atendimento de saúde em Teresina”, criticou.
Outra bandeira defendida pelo representante do PSTU é a educação pública. O professor de ensino superior destacou o cenário de precariedade e abandono encontrado na Universidade Estadual do Piauí (Uespi), cujo campus Torquato Neto, na zona Norte da capital, sequer possui uma biblioteca para os alunos.
“A construção do prédio que abrigaria os livros para consulta da comunidade acadêmica teve início em 2015, mas está paralisada. O orçamento da Uespi (R$ 250 mil) equivale à metade das verbas destinadas à Assembleia Legislativa (R$ 500 mil), mesmo que esta conte com somente 30 deputados e aquela, 16 mil estudantes”, comparou.
Foto: Teresina FM
Geraldo apontou como diferencial de seu partido a apresentação de um programa que “defende os interesses da classe trabalhadora”. O candidato fez duras críticas, a nível federal, à chapa de Jair Bolsonaro e Braga Netto, que busca a reeleição, e à de Lula e Geraldo Alckmin, que lidera as pesquisas de intenção de voto.
“Percebo uma falsa polarização na corrida pelo Planalto no sentido de que ambos os candidatos reúnem os interesses da burguesia, dos bancos, das indústrias e do agronegócio, enfim, do grande capital. Embora ainda goze da confiança de boa parcela dos trabalhadores, o PT não levanta mais as bandeiras tão caras a essa classe”, afirmou.
O professor frisou que, atualmente, o PSTU incorpora a maioria das pautas levantadas pelos petistas nas décadas de 80 e 90, apresentando uma saída para a crise que, de fato, possibilite melhorias à classe trabalhadora.
“É necessário que mudemos a situação do Brasil e do Piauí, a curto prazo, a partir do ponto de vista das camadas empobrecidas da população. Defendemos, a médio e longo prazo, a construção de uma sociedade socialista”, concluiu.