O trabalho é coordenado por Marcelo N. Burattini, da Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
A quinta e última etapa do projeto EPICOVID-19 BR , Inquérito Nacional de Soroprevalência de Acesso Expandido, iniciou dia 25 de janeiro.
Essa é a mais abrangente pesquisa epidemiológica feita no Brasil sobre a Covid-19, que tem o objetivo de estimar o percentual de brasileiros infectados com o SARS-CoV-2 por idade, gênero, condição econômica, município e região geográfica; determinar o percentual de assintomáticos e avaliar sintomas e letalidade, oferecendo subsídio para políticas públicas e medidas de isolamento social.
Ao longo de 2020, foi conduzido em 133 municípios. Em Teresina-PI e Caxias-MA, o Bioanálise colabora com o estudo, em parceria com a UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) e o laboratório Hermes Pardini.
Foram escolhidos 25 setores das cidades, em cada um desses vão ser visitadas 8 casas, na qual a pesquisa vai ser aplicada, por meio de perguntas, e depois vão ser feitos testes de sorologia IgG gratuitamente. O farmacêutico industrial, Sylvio Colonna, que faz parte do projeto em Teresina e Caxias, afirma que essa é uma oportunidade para a população. “Quero aproveitar a oportunidade para convidar as pessoas a abrirem as portas para a gente, vamos fazer o teste nas pessoas da casa e essas ainda vão colaborar com a saúde pública no Brasil e saber se já teve contato com a doença ou não”, afirma.
Até o momento, a pesquisa estimou que aproximadamente 60% dos casos apresentaram sintomas. Metade dos entrevistados com anticorpos para a covid-19 declarou ter dor de cabeça (58%), alteração de olfato ou paladar (57%), febre (52,1%), tosse (47,7%) e dor no corpo (44,1%).
Os resultados também demonstraram que, no período coberto pelo inquérito, “várias epidemias” estavam em curso no país. Enquanto no Norte 10% da população, em média, tinha ou já havia contraído o coronavírus, no Sul esse percentual ficava em torno de 1%. Em todas as fases da pesquisa, os 20% mais pobres apresentaram o dobro do risco de infecção em comparação aos 20% mais ricos. No caso dos indígenas, o risco de contrair a doença mostrou-se cinco vezes maior do que os brancos.
Entre o primeiro e o último levantamento, a prevalência da infecção dobrou na população como um todo: os percentuais passaram de 1,9% (1,7- 2,1%, pela margem de erro), na primeira etapa, para 3,1% (2,8 – 4,4%), na segunda, e alcançaram 3,8% (3,5 – 4,2%), na última etapa.