Médica elenca sintomas da doença e observa que crianças devem ser avaliadas o mais cedo possível
O câncer ocular, tumor que pode causar a perda da visão, entrou no debate público após o apresentador Tiago Leifert revelar, em janeiro, que sua filha pequena desenvolveu a doença. Para a médica oftalmologista Mônica Muller, o diagnóstico precoce é um importante aliado na luta contra a enfermidade.
“As crianças precisam ser consultadas bem cedo, até os primeiros três meses de vida, para que o médico avalie o fundo do olho e determine se há células malignas que podem se proliferar e dar origem ao tumor”, explicou em entrevista ao JT1 da Teresina FM nesta segunda-feira (14).
Foto: Teresina FM
Mônica ressaltou que o “teste do olhinho”, realizado pelo pediatra nos recém-nascidos, trata-se apenas de um rastreio e não consegue detectar todas as doenças oculares; por essa razão a avaliação de um oftalmologista é crucial.
A entrevistada apontou que o primeiro sinal do câncer é o brilho branco nos olhos, também conhecido como leucocoria, visível quando a criança é exposta a uma luminosidade intensa. Outros sintomas, que surgem em fases tardias do tumor, incluem estrabismo e vermelhidão.
“Esse mal atinge mais o público infantil porque as mutações na córnea acontecem durante a fase embrionária. Uma vez que os exames de pré-natal não são capazes de identificar o câncer ocular, pais, responsáveis, cuidadores e professores devem estar sempre atentos e buscar o diagnóstico precoce”, reforçou.
Quanto à cirurgia nos olhos, Mônica observou que não é recomendada para todos: uma série de exames é feita anteriormente para verificar possíveis contraindicações, além de avaliar a espessura da córnea e o tipo de grau esférico.
Foto: Divulgação/Sesaes
“Em Teresina, tratamos o câncer no Hospital Getúlio Vargas (HGV), mas atualmente só conseguimos atender tumores em fase inicial. Por vezes, quando o caso já está extremamente avançado, é necessário retirar o globo ocular a fim de preservar a vida do paciente”, alertou.
Por fim, lembrou sobre a exposição às telas de smartphones e tablets, contraindicada a menores de dois anos de idade, e salientou que o uso exagerado pode causar miopia de alto grau e até mesmo alterar células da retina.
“Nessa faixa etária, o uso da tecnologia estimula áreas do cérebro semelhantes às ativadas em vício em drogas como cocaína. As crianças acabam desenvolvendo ansiedade, irritabilidade. Se o uso for inevitável, a duração máxima recomendada é de uma hora, com intervalos de 20 a 30 minutos”, completou.