Gestora aponta período chuvoso, acúmulo de lixo e banalização da pandemia como razões para aumento de infecções
O recente decreto do Governo do Estado que determina a volta do uso obrigatório de máscaras em ambientes fechados aponta como justificativa o aumento dos casos de Covid-19 mesmo dois anos e meio após o início da pandemia. Somam-se ao coronavírus doenças como dengue, zika e chikungunya, as quais coincidem com o período chuvoso no Piauí.
Segundo Amélia Costa, coordenadora do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), a Covid esteve em maior evidência nos dois anos anteriores, sobretudo antes da chegada da vacina, mas as chuvas e o acúmulo de lixo nos municípios produziram o recrudescimento das arboviroses.
Entrevistada reconhece que medidas sanitárias mais rigorosas sejam possíveis (Foto: Teresina FM)
“Cada município deve, bimestralmente, calcular o índice de infestação predial, que é feito em forma de inquérito, ou seja, por meio de visitas às residências nos bairros. Se a cidade em questão registrar mais de 1% de contaminação, já se enquadra na categoria de risco”, explicou ao JT1 da Teresina FM nesta quinta-feira (23).
A gestora demonstrou ainda preocupação com a subnotificação dos casos, comum devido à espontaneidade com a qual os pacientes infectados se apresentam nas unidades de saúde de suas respectivas cidades.
“Há a possibilidade de que adentremos novamente um estado de emergência sanitária. Por isso, precisamos saber com clareza os diagnósticos de Covid e arboviroses, distinguindo os sintomas de cada doença”, alertou.
Em relação ao coronavírus, Amélia constatou que uma grande parcela da sociedade tem banalizado o vírus em meio aos altos índices de vacinação. Contudo, destaca a coordenadora, as medidas de segurança adotadas durante o pico da pandemia não podem ser deixadas de lado por completo.
Cievs pede a volta da testagem em massa de Covid-19 no Piauí (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
“Estamos vendo, de forma lenta, os leitos de hospitais voltarem a ser ocupados em Teresina e no interior. Vale lembrar que não basta receber as duas primeiras doses da vacina: também é necessário tomar as duas doses de reforço. O imunizante não impede a infecção, mas previne os casos graves de Covid”, salientou.
Por fim, a entrevistada recomendou às autoridades de saúde que voltem a ofertar testes e Covid à população, reforçando que há unidades disponíveis em todas as regionais de saúde do Piauí e no almoxarifado da Sesapi.