Segundo a denúncia, mais de R$ 82 milhões foram utilizados irregularmente.
Matéria de Rebeca Vieira
O relatório da auditoria realizada na Fundação Municipal de Saúde (FMS), resultado das denúncias formalizadas pelo vice-prefeito Robert Rios, foi apresentado nesta sexta-feira (24) aos vereadores na Câmara Municipal de Teresina. O secretário de Governo, Michel Saldanha; o procurador do Município, Ricardo Teixeira, e uma equipe de auditores estiveram reunidos com os vereadores na apresentação do resultado da auditoria.
Segundo a denúncia, mais de R$ 82 milhões foram utilizados para efetuar pagamentos de serviços realizada para a FMS sem a realização de empenhos, o que seria irregular. A conclusão é que não houve nenhum desvio de recurso público.
Robert Rios. (Foto: Lucas Sousa)
“Podemos afirmar com certeza que não houve qualquer desvio e todos os recursos foram usados da maneira correta. Foram encaminhados para o pagamento das instituições, verba carimbada e quem devem seguir um rito bem curto, conforme o Ministério da Saúde. Daqui para frente os ajustes são muito mais de ordem administrativa”, assegurou o secretário de Governo, Michel Saldanha.
O vice-prefeito depôs na Câmara dos Vereadores em fevereiro, para formalizar as denúncias que havia feito contra a Prefeitura Municipal de Teresina a respeito do desvio de verba da Fundação Municipal de Saúde. De acordo com ele, houve a compra de insumos sem empenho, no valor de R$ 83 milhões.
“Todos os gestores tiveram as suas comissões canceladas e centralizadas nas mãos de uma pessoa da família do Dr. Pessoa. Apresento aqui um áudio que mostra que servidores tinham ciência das compras sem empenho e queriam destruir provas. Mas aqui estou eu, provando”, afirmou Robert Rios.
Inicialmente, as denúncias pelo vice-prefeito foram realizadas via áudios de WhatsApp, que acabaram tornando-se públicos após vazamento. Neles, Rios destaca que os hospitais estão sofrendo com a falta de insumos básicos, e que considera essa “a maior irregularidade na saúde pública na cidade de Teresina”.
“A Covid-19 cedeu, mas os custos não estão cedendo. Imaginei que os custos voltariam ao que gastávamos antes da pandemia. Deixamos de investir na educação, nos professores e na geração de emprego e renda. A Constituição fala que é obrigação da Prefeitura colocar 15% da receita pública na saúde. Estamos colocando mais do que o dobro”, denunciou.
Pela Fundação receber verba de muitas fontes diferentes, ele declara que não sabe qual o destino final do dinheiro, e que seria necessária uma auditoria para descobrir mais informações sobre o desvio.