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Polícia

Na contramão do país, Piauí registra aumento no número de mortes violentas em 2022 em relação a 2021

Quadros defasados das forças policiais e investimentos parcos no setor contribuem para o aumento da insegurança no estado

Publicado por: FM No Tempo 15/09/2022, 12:35

Matéria de Rodrigo Carvalho

Agência Nordestina de Notícias (ANN)

Essa é a quarta de uma série de cinco reportagens sobre os desafios do futuro governador do Piauí. Na quarta-feira (14), você viu que professores e alunos da Uespi apontam carências e reivindicam a autonomia financeira da instituição.

Um dos principais anseios da sociedade piauiense atualmente é, sem dúvida, a segurança pública. Na contramão da tendência nacional, o Piauí registrou aumento no número de mortes violentas em 2022, em relação ao mesmo período de 2021.

Violência no estado causa medo e insatisfação entre os piauienses (Foto: Agência Brasil)

Os dados constam no levantamento do Monitor da Violência, do G1. Em todo o estado, não é difícil encontrar alguém que tenha ou conheça alguém que sofreu algum tipo de ato violento.

No item 2.4 do plano de governo apresentado por Wellington Dias (PT) nas eleições para o governo do Piauí em 2018, havia as promessas de valorização dos servidores da segurança pública, reorganização da estrutura operacional e investimentos em planos de combate à criminalidade.

Contudo, Vilobaldo Carvalho, presidente do Sindicato dos Policiais Penais (Sinpoljuspi), aponta que muito pouco das propostas foi realizado nos últimos quatro anos e critica o plano estadual de segurança.

“É um plano míope, limitado, que não contempla o sistema prisional. Tivemos a aprovação da polícia penal, a nível federal e estadual, por meio de emenda constitucional. Resta ainda a implementação do estatuto da categoria e a melhoria nas estruturas das unidades prisionais para reduzir a superlotação”, frisa.

O representante da entidade sindical classifica ainda como insuficiente o número de servidores que trabalham na segurança pública. “Precisamos ampliar significativamente o quadro de policiais penais, que fica estagnado enquanto a quantidade de presos aumenta a cada ano. São necessárias políticas de valorização duradouras e consistentes, com programas e metas bem definidas”, ressalta.

Durante a campanha de 2018, Wellington Dias prometeu um concurso público para integrar quatro mil novos policiais à Polícia Penal. O certame aconteceu, porém, como explica Vilobaldo, apenas pouco mais de 200 agentes foram nomeados desde então.

“Um total de 316 candidatos foram aprovados no último certame; entretanto, as nomeações demoraram tanto que o quantitativo mínimo [400 vagas] não foi atingido. Muitos desistiram e foram prestar outros concursos. Durante esse período, saiu mais ou menos o mesmo número de agentes [200], então mantivemos a mesma quantidade”, esclarece.

Policiais penais do Piauí reclamam de efetivo insuficiente (Foto: Divulgação/Sinpoljuspi)

Outra proposta incluída no plano de governo do petista dizia respeito à construção de um cinturão de segurança nas fronteiras. A reportagem da Teresina FM não encontrou qualquer registro do projeto com esse nome específico.

Para o especialista em segurança pública Arnaldo Eugênio, somente um trabalho conjunto entre os estados e o governo federal combateria de forma mais concreta a insegurança que assola a população.

“A questão apresenta uma complexidade muito grande não só no Piauí, como no Brasil e em outros países. É preciso que haja uma integração das forças de segurança interna e dos estados limítrofes para amenizar a situação. Além disso, para elaborar um plano estadual, se faz obrigatório que exista um plano nacional”, explica.

Na última segunda-feira (12), o governo do Piauí apresentou, em conjunto com o governo do Maranhão, a ampliação do efetivo da Força Integrada de Segurança, com 66 profissionais treinados, com o objetivo de reforçar a fiscalização na fronteira entre os estados. Entre outras medidas, houve também neste ano a convocação e nomeação de 176 policiais civis e 53 policiais penais.

Na sexta-feira (15), você confere a quinta e última reportagem da série sobre os desafios do futuro governador do Piauí, que trará como foco o combate à fome no estado.

Confira a reportagem no Jornal da Teresina 1ª Edição desta quinta-feira (15):

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